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Bandidos roubam celular e pedem Uber Eats, mas quem come os pastéis é a polícia

Por| 09 de Janeiro de 2020 às 18h15

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Bandidos roubam celular e pedem Uber Eats, mas quem come os pastéis é a polícia
Bandidos roubam celular e pedem Uber Eats, mas quem come os pastéis é a polícia

Assaltos e furtos de celulares em grandes capitais, como São Paulo, chegam a ser uma prática, infelizmente, muito comum. Segundo dados de 2019, coletados pelo Estado de São Paulo, na capital, foram registrados mais de 230 mil furtos ao longo do ano. Desse total, uma parcela significativa é de aparelhos celulares.

Relatos indicam que ladrões têm se aproveitado de smartphones desbloqueados para fazer pedidos de comida em apps de entregas como iFood, Uber Eats e Rappi. E essas solicitações vão de pastéis até banquetes de milhares de reais — nesses casos, o saldo da vítima é o limite da gula desses criminosos.

Ações muito simples podem evitar maiores transtornos, após roubos e furtos de aparelhos eletrônicos, como senha na tela de bloqueio do smartphone e o uso de aplicativos de terceiros que colocam senhas em apps e arquivos, como Bloqueio AppLock e LOCKit.

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Entenda o caso dos pastéis

"Roubaram meu celular, pediram Uber Eats por ele, apareceu o endereço que o ladrão estava, a polícia foi lá pegar e ainda trouxeram o pastel que ele pediu, comi com a galera da delegacia", relatou a biomédica Daniela, de 23 anos, sobre a experiência de assalto que viveu no ano passado, em rede social.

Na Avenida Paulista, em São Paulo, a vítima foi roubada por um homem armado com uma faca. Daniela contou à Folha de S. Paulo que "quando cheguei em casa [após o assalto], estava recebendo e-mails do Uber Eats. O primeiro foi pedido na casa do Pão de Queijo, de uns R$ 400."

Após o primeiro, o número de pedidos não pararam, mas tinham uma coisa em comum: todos eram entregues na rua Paim, região próxima ao centro da cidade. Com o endereço em mãos, Daniela foi até a delegacia do local, onde pediu ajuda. Assim, um policial militar entrou em contato com o restaurante, alvo do último pedido, e solicitou que a entrega de oito pastéis aguardasse a chegada da viatura.

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O homem que foi buscar a encomenda foi preso e, posteriormente, reconhecido como o assaltante. A vítima solicitou o bloqueio de seu app e teve o valor dos pedidos ressarcido. No entanto, não conseguiu recuperar o seu celular, porque a polícia não tinha um mandado para entrar no apartamento.

Mais casos

Há uma série de outros relatos sobre assaltos e furtos de aparelhos celulares na região. Como é o caso do analista de recursos humanos, Jeferson, 42 anos. Só nos últimos meses, ele teve dois celulares furtados e, em ambos os casos, os bandidos tentaram solicitar refeições por apps de comida instalados no aparelho.

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Jeferson conta que "o cara fez uma compra de R$ 1.000 no Uber Eats, uma de R$ 200 de frango... Ele tentou fazer outras compras no Rappi, no iFood, e o cartão vinculado a essas contas acabou o limite. Mas tentou comprar... tipo 15 garrafas de uísque."

O bancário Murilo, de 24 anos, também enfrentou essa onda de assaltos e furtos. Depois de correr — por enquanto, só por esporte — em outro bairro central, um homem de bicicleta o furtou. "Pediram aproximadamente R$ 1.000 em comida. Foram R$ 700 só no McDonald's, R$ 300 em uma adega. Compraram um uísque caríssimo também", conta Murilo.

Declarações

Após a série de denúncias, a assessoria de imprensa da Secretaria da Segurança Pública enviou nota para o jornal da cidade de São Paulo sobre os casos: "a Polícia Civil orienta que as vítimas procurem qualquer delegacia para registrar o crime. No caso de furto ou roubo de celular, recomenda-se que a pessoa solicite imediatamente o bloqueio junto à operadora de telefonia e peça ao banco o cancelamento dos cartões habilitados para compras online pelos aplicativos instalados no telefone."

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Quanto às empresas de delivery, como Uber, iFood e Rappi, todas recomendam que os seus usuários tomem medidas de segurança imediatamente após o crime, evitando mais transtornos.

A Uber também alegou que possui medidas de proteção contra fraudes. "Nos termos e condições da plataforma, é possível acessar os motivos para ajustes referentes a erros em pedidos. Se um pedido estiver todo incorreto, vamos reembolsar o cliente pelo preço total do pedido (incluindo impostos/VAT) e pelo preço de entrega", explicou em nota.

Já o iFood alegou que prioriza a segurança na experiência de seus usuários e que, nesses casos, o cliente lesado deve entrar na seção de ajuda do site e comunicar a ocorrência. A medida deve ser tomada em conjunto com o bloqueio do cartão de crédito cadastrado.

Por fim, a Rappi afirma que "lamenta os transtornos causados pela violência urbana e recomenda que, em casos de roubo de celular, os usuários cancelem imediatamente o seu cartão de crédito para evitar compras na Rappi e em qualquer outro aplicativo, além de realizar um boletim de ocorrência."

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Fonte: Estado de São PauloFolha de S. Paulo