Robô mergulhador humanoide vai explorar naufrágios e cidades perdidas
Por Gustavo Minari • Editado por Douglas Ciriaco |

Pesquisadores da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, desenvolveram um robô mergulhador que pode ser usado em explorações oceânicas. Além de ter um design muito parecido com o corpo de um ser humano, o OceanOneK consegue mergulhar a até 1 km de profundidade.
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No lugar dos olhos, o robô possui duas câmeras que proporcionam uma visão 3D do ambiente, capturando imagens coloridas do mundo subaquático em alta resolução. Seus braços e mãos são controlados remotamente e um sistema de feedback tátil permite que o operador “sinta” a pressão e a resistência da água.
“Você está se aproximando de uma estrutura a muitos metros de profundidade e algo incrível acontece quando você a toca, você realmente consegue sentir, como se fosse sua mão segurando um objeto”, explica o diretor do laboratório de robótica de Stanford Oussama Khatib.
Mergulho tecnológico
O cérebro de inteligência artificial (IA) do robô consegue medir a força necessária para interagir com objetos submersos sem danificá-los. Essa função é extremamente importante já que um dos objetivos do OceanOneK é recuperar artefatos raros perdidos em naufrágios.
Além disso, um sistema de construção avançado permite que o bot alcance profundidades com as quais mergulhadores humanos só podem sonhar. Em condições normais de temperatura e pressão, o OceanOneK se mantém em pleno funcionamento a quase 1 km abaixo da superfície.
“Esta é a primeira vez que um robô desse tamanho mostra ser capaz de ir a tal profundidade e interagir com o ambiente submarino, permitindo que um operador humano sinta esse ambiente de maneira quase natural, como se ele mesmo estivesse lá”, acrescenta Khatib.
Nas profundezas do mar
Os engenheiros testaram a capacidade do robô em mergulhos realizados em setembro de 2021 no Mar Mediterrâneo. A missão do OceanOneK era encontrar destroços da aeronave P-38 Lightning, que caiu durante a Segunda Guerra Mundial e estava a 40 metros abaixo da superfície, e do submarino Le Protée, a 140 metros de profundidade.
O robô também vasculhou os escombros do navio romano Le Francesco Crispi, naufragado no século II na região de Aléria, na Itália. Nos destroços que estavam submersos a mais de 500 metros abaixo do nível do mar, o OceanOneK coletou com sucesso vasos antigos e lâmpadas a óleo, que ainda levavam o nome do fabricante.
“Nós planejamos realizar novas expedições ao redor do mundo, incluindo a exploração de cidades perdidas, enterradas em lagos profundos, ou de navios naufragados que atualmente estão fora do alcance humano. Além disso, a Agência Espacial Europeia quer testar o OceanOneK no espaço, permitindo que os astronautas interajam com o robô”, encerra o professor Khatib.