Robô mergulhador humanoide vai explorar naufrágios e cidades perdidas
Por Gustavo Minari | Editado por Douglas Ciriaco | 04 de Agosto de 2022 às 13h00
Pesquisadores da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, desenvolveram um robô mergulhador que pode ser usado em explorações oceânicas. Além de ter um design muito parecido com o corpo de um ser humano, o OceanOneK consegue mergulhar a até 1 km de profundidade.
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No lugar dos olhos, o robô possui duas câmeras que proporcionam uma visão 3D do ambiente, capturando imagens coloridas do mundo subaquático em alta resolução. Seus braços e mãos são controlados remotamente e um sistema de feedback tátil permite que o operador “sinta” a pressão e a resistência da água.
“Você está se aproximando de uma estrutura a muitos metros de profundidade e algo incrível acontece quando você a toca, você realmente consegue sentir, como se fosse sua mão segurando um objeto”, explica o diretor do laboratório de robótica de Stanford Oussama Khatib.
Mergulho tecnológico
O cérebro de inteligência artificial (IA) do robô consegue medir a força necessária para interagir com objetos submersos sem danificá-los. Essa função é extremamente importante já que um dos objetivos do OceanOneK é recuperar artefatos raros perdidos em naufrágios.
Além disso, um sistema de construção avançado permite que o bot alcance profundidades com as quais mergulhadores humanos só podem sonhar. Em condições normais de temperatura e pressão, o OceanOneK se mantém em pleno funcionamento a quase 1 km abaixo da superfície.
“Esta é a primeira vez que um robô desse tamanho mostra ser capaz de ir a tal profundidade e interagir com o ambiente submarino, permitindo que um operador humano sinta esse ambiente de maneira quase natural, como se ele mesmo estivesse lá”, acrescenta Khatib.
Nas profundezas do mar
Os engenheiros testaram a capacidade do robô em mergulhos realizados em setembro de 2021 no Mar Mediterrâneo. A missão do OceanOneK era encontrar destroços da aeronave P-38 Lightning, que caiu durante a Segunda Guerra Mundial e estava a 40 metros abaixo da superfície, e do submarino Le Protée, a 140 metros de profundidade.
O robô também vasculhou os escombros do navio romano Le Francesco Crispi, naufragado no século II na região de Aléria, na Itália. Nos destroços que estavam submersos a mais de 500 metros abaixo do nível do mar, o OceanOneK coletou com sucesso vasos antigos e lâmpadas a óleo, que ainda levavam o nome do fabricante.
“Nós planejamos realizar novas expedições ao redor do mundo, incluindo a exploração de cidades perdidas, enterradas em lagos profundos, ou de navios naufragados que atualmente estão fora do alcance humano. Além disso, a Agência Espacial Europeia quer testar o OceanOneK no espaço, permitindo que os astronautas interajam com o robô”, encerra o professor Khatib.