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Nova fábrica da Scania no Brasil é 100% automatizada

Por| 25 de Setembro de 2018 às 07h57

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Nova fábrica da Scania no Brasil é 100% automatizada
Nova fábrica da Scania no Brasil é 100% automatizada

A nova iteração da fábrica da Scania em São Bernardo do Campo (SP) é uma verdadeira ode ao ideal ecológico contemporâneo. Integralmente automatizada e com grande parte da energia provida por painéis solares, a instalação atualmente atende 30 países ao redor do globo, com produção anual de 25 mil veículos. E isso sem abrir mão do efetivo de 160 funcionários que atuam na sucursal nacional.

Conforme explicou o gerente executivo da companhia, Ricardo Cruz, em entrevista à Época Negócios, a fábrica agora trabalha de forma relativamente silenciosa. Além disso, os 75 robôs utilizados ganharam o reforço de soldas laser, que reduzem o desperdício de material e aquecem menos o ambiente – a ponto de tornar desnecessários os vários aparelhos de ar-condicionado anteriormente em uso; hoje, apenas exaustores garantem o ritmo produtivo 24 horas por dia e sete dias por semana.

Além de contribuírem para cortes de custos, os novos autômatos da Scania também permitem à marca trabalhar em designs mais precisos – permitindo, por exemplo, uma aerodinâmica que se traduz em 10% de economia de combustível. Conforme disse Cruz à referida publicação, a montadora hoje lida com 72 tipos de lateral de cabine, uma variedade “seis vezes maior” do que a disponível para a versão anterior da fábrica, parcialmente automatizada.

Robôs “conversam” entre si e com a Scania

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Os novos robôs da Scania não são apenas mais silenciosos e eficientes: eles são também infinitamente mais rápidos na elaboração de relatórios e emissão de feedbacks. “Nossos robôs e nossas equipes conversam entre si e com os da fábrica da matriz, na Suécia”, disse Ricardo Cruz à Época.

Trata-se de uma proatividade promovida pelo reconhecimento de padrões, tornando possível descobrir de antemão quando pode haver algum problema, permitindo, por exemplo, uma intervenção antes mesmo que alguma máquina pare de funcionar.

Além disso, os robôs também trabalham e têm seus dados de desempenho constantemente cruzados com o calendário de produção e manutenção da Scania. “A fábrica, com inteligência, vai nos dar mais produtividade e retorno”, afirma o gerente, explicando ainda como todo o histórico estatístico da fábrica é prontamente acessível via tablet ou celular.

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Remanejo de funcionários

Além de ganhar pontos pela automação e utilização de energia limpa, a Scania também tenta afastar prognósticos distópicos que pintam um futuro construído por robôs, relegando seres humanos à sarjeta. “A fábrica tem 160 pessoas e elas não foram demitidas”, disse Cruz à Época Negócios.

Segundo o executivo, nenhum funcionário foi demitido, nem mesmo durante o paroxismo da última crise econômica. Em vez disso, a empresa afirma ter oferecido ao efetivo “mais de 10 mil horas de treinamento”, a fim de que desenvolvam novas competências para atuar no local – sobretudo na manutenção programada dos robôs. “A indústria 4.0 não é só inovação, não é só manufatura integrada, não é só tecnologia de ponta. Se não tiver inclusão das pessoas, não funciona.”

Caminhões autônomos e combustíveis fósseis.

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Ademais, embora a empresa ainda não saiba quando as atuais instalações iniciarão a produção de veículos 100% autônomos (ou mesmo integralmente independentes de combustíveis fósseis), o gerente explica que as novas instalações tornaram muito mais rápido o desenvolvimento de novos produtos. Em números, um processo que antes tomaria um ano hoje é concluído em pouco mais de quatro meses.

“O caminhão autônomo vai chegar, mas haverá espaço para o motorista”, diz Cruz, ecoando novamente o sincretismo que resiste em enxergar humanos e máquinas como mutuamente excludentes. “Às vezes não será possível usar o caminhão em piloto automático na viagem inteira”, explica o gerente. “Você pode usar o modo autônomo em uma estrada reta e passar a direção ao motorista ao entrar numa cidade”. Faz sentido.

Fonte: Época Negócios