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Gafanhotos-ciborgues serão usados para identificar bombas nos EUA

Por| 20 de Fevereiro de 2020 às 17h50

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Gafanhotos-ciborgues serão usados para identificar bombas nos EUA
Gafanhotos-ciborgues serão usados para identificar bombas nos EUA

A marinha norte-americana tem uma nova arma biológica contra a ameaça de bombas. O órgão custeou uma pesquisa voltada a usar gafanhotos para reconhecer diferentes tipos de elementos químicos, incluindo explosivos.

O experimento foi encabeçado pela Universidade de Washington, em St. Louis, e utiliza mini-eletrodos na cabeça de cada um deles. Isso permite que eles tenham informações de diferentes odores pelas antenas dos bichinhos, como nitrato de amônia, geralmente usado para criar explosivos como TNT e RDX. A descoberta sobre possíveis bombas em um local suspeito acontece quando os cientistas levantam dados de sete ou mais gafanhotos.

A pesquisa começou há quatro anos, com investimento da marinha de US$ 750 mil. O estudo também pretende fazer um hack biológico nos animais para ampliar a capacidade de identificação de odores para mais elementos perigosos.

Um dos desafios foi como identificar a reação dos gafanhotos a cheiros, sem que isso significasse cirurgias invasivas nos animais. Por isso, o time escolheu a sub-espécie americana, capaz de carregar maior peso, para portar o eletrodo. Para isso, eles fazem pequenas incisões nos gafanhotos, sem prejudicar seus movimentos livres de boca e antenas, mas inativando outros, como das patas. Após o procedimento, eles são colocados em pequenos robôs com rodas para serem movidos por onde os pesquisadores precisam, para, assim, "analisarem" os cheiros.

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O vídeo abaixo mostra o projeto em suas etapas iniciais, quando os bichinhos ainda podiam se mover com as próprias pernas:

O objetivo final é chegar a uma espécie de nanotatuagem nos animais que permitiria este controle sem precisar dos robôs.

O resultado foi que os animais conseguiram identificar, até agora, cinco diferentes elementos usados em explosivos, com precisão, e com apenas 0,5 segundo de exposição a cada bomba. Isso porque as antenas dos animais contam com 800 neurônios para processar informações.

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O problema atual está sendo no tempo de resistência do sistema. Os sinais podem ser recebidos apenas por 7 horas depois que a inclusão do eletrodo é feita, encarecendo o projeto. Contudo, há projetos para fazer com que os gafanhotos tenham mais tempo de vida.

O trabalho ainda está em fase de finalização até poder ser publicado oficialmente.

Fonte: OneZero