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Apple segue com dificuldades para consolidar lojas físicas na China

Por| 01 de Novembro de 2018 às 08h37

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Apple segue com dificuldades para consolidar lojas físicas na China
Apple segue com dificuldades para consolidar lojas físicas na China
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Em 2008, quando a primeira loja chinesa da Apple abriu em Pequim, Tim Cook era diretor de operações da marca e estava extremamente otimista em relação às previsões de sucesso da empresa na China. Esperava-se que a Apple contasse com 25 lojas no país asiático até 2011. As diferenças culturais e as exigências do governo chinês, porém, fizeram com que a Maçã perdesse um tanto desse otimismo.

Os anos de 2015 e 2016 contaram com 26 inaugurações de lojas físicas da Apple na China, mas de lá para cá apenas quatro lojas foram abertas. Segundo ex-funcionários da Apple, que falaram ao The Information, uma das principais razões para essa desaceleração, além da burocracia, foi que algumas das lojas, especialmente as localizadas em cidades menores da China, ficaram aquém das expectativas.

Claro que a feroz concorrência das fabricantes de dispositivos eletrônicos locais também desempenha um papel significativo na retração da Apple. Aparelhos mais baratos tiveram as vendas impulsionadas por estabelecimentos de pequeno porte no varejo e criaram um cenário em que a Apple registrava cada vez menos vendas na região.

Nesta quinta-feira (1º), a Maçã deve divulgar seu primeiro aumento anual na receita da região asiática, o que inclui a China, Hong Kong, Taiwan e Macau, juntamente com seu relatório financeiro para o período. A recuperação, ainda muito discreta, provavelmente se deve aos preços mais altos dos iPhones, não se relacionando a aumento de vendas unitárias de aparelhos, segundo informam analistas.

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Ben Cavender, analista do China Market Research Group, de Xangai, acredita que, há dez anos, o iPhone representava uma novidade capaz de atrair muitos consumidores, mas que, no atual estado do mercado, o povo chinês já se habituou às soluções tecnológicas das fabricantes locais, mais atentas às demandas reais dos consumidores. "Naquela época, a Apple estava ofertando um produto que era muito melhor e tão diferente que fazia sentido as pessoas aparecerem na loja para comprar algo. Em 2018, não está claro o que a Apple está vendendo que é drasticamente diferente ou melhor do que qualquer outra no mercado", explica.

Segundo os ex-funcionários que prestaram depoimentos anônimos ao The Information, a Maçã está reposicionando suas 42 lojas na China continental, um mercado que contém 1,4 bilhão de pessoas. A mudança visa alcançar moradores e turistas de cidades menores na China ao invés de cobrir todo o país.

Embora a receita vinda das lojas físicas da Apple tenha a China como o segundo maior mercado, o número de lojas lá contrasta com os mais de 270 estabelecimentos da Maçã nos EUA, mercado que contém menos de um quarto da população chinesa. Segundo o relatório de 2017 da empresa, 28% das vendas gerais registradas são diretas, o que inclui tanto as lojas físicas quanto a loja online da Apple. As vendas restantes, que equivalem a 72%, vieram de outros varejistas revendendo os produtos da marca, como eram as lojas da iTown no Brasil, que tiveram suas portas definitivamente fechadas no último domingo (28). A Apple não divulga, entretanto, os totais de vendas efetuadas nas lojas por país.

Todavia, segundo os ex-funcionários ouvidos pelo The Information, apenas 10% das vendas da empresa na China vêm de suas lojas físicas. A unidade de maior sucesso da Maçã, localizada no movimentado distrito comercial de Xidan, em Pequim, registrou crescimento, arrecadando a mais de US$ 150 milhões no ano fiscal de 2017. Entretanto, o sucesso está mais relacionado ao aumento dos preços dos aparelhos do que ao aumento de unidades vendidas, segundo as fontes. De acordo com a empresa de pesquisa eMarketer, as vendas médias por loja da Apple movimentaram cerca de US$ 62 milhões ano passado.

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Fonte: The Information