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Twitter lançará ferramenta de denúncia para informações potencialmente enganosas

Por  • Editado por Douglas Ciriaco | 

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Solen Feyissa/Pexels
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O Twitter decidiu expandir para o Brasil, Espanha e Filipinas a ferramenta de denúncia de informações potencialmente enganosas. O mecanismo que estava em fase de testes nos Estados Unidos, Austrália e Coreia do Sul desde agosto de 2021, agora desembarca nos três novos países.

Segundo a rede social, em post publicado no blog oficial, Brasil e Filipinas passarão pelo processo eleitoral em 2022 e isso pode agravar a divulgação de conteúdo duvidoso. A ideia é que os usuários possam usar a ferramenta de denúncia em um período de grande evento cívico, como mais uma opção para combater abusos.

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O texto diz que a maioria dos conteúdos são avaliados de acordo com as políticas de informações enganosas sobre a covid-19, integridade cívica e "mídia sintética e manipulada". "Mais de 50% do conteúdo que viola nossas regras é identificado por sistemas automatizados, e a maior parcela do restante é identificada a partir do monitoramento contínuo de nossas equipes internas ou do nosso trabalho com parceiros externos de confiança", explica a publicação.

Denúncias podem ajudar?

A rede social do passarinho disse que pretende avançar no experimento para entender se e como as opções de denúncia pelas pessoas podem trazer melhorias para a atuação no combate às informações danosas. Desde o lançamento do teste, foram mais de 3,73 milhões de denúncias referentes a 1,95 milhão de tuítes publicados por 64 mil contas.

Na abordagem internacional, que será replicada no Brasil, o Twitter deve usar os seguintes critérios:

  • Para revisar um subconjunto de tuítes identificados pelas pessoas por potenciais violações
  • Para identificar narrativas e tendências relacionadas a desinformação que estão surgindo no mundo, o que ajuda na detecção proativa e no aprendizado de máquina

Denúncias falsas ou imprecisas

Um ponto importante da explicação do Twitter foi sobre percentuais de aproveitamento das denúncias: menos de 10% da amostra de posts analisados pela equipe correspondia a violações efetivas das políticas. Pelo que parece, muita gente usa a ferramenta sem conhecer efetivamente as políticas de conteúdo ou somente por discordar do conteúdo, o que é problemático sob a ótica de análise da plataforma.

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Por outro lado, a rede admite os benefícios de se ter uma ferramenta como essa, pois a opção faz com que as pessoas se sintam mais empoderadas. Pesquisas internas da plataforma mostram que usuários preferem usar o recurso em vez de interagir com um tuíte enganoso via Retweets ou respostas diretas.

Em razão disso, o Twitter já deixou avisado que não terá condições de responder uma a uma cada denúncia submetida. É provável que a rede analise com prioridade aquelas com maior incidência de submissões do que as feitas individualmente, mas não há como saber se esse critério será eficaz até o avanço e a consolidação das melhores práticas.

Twitter se defende

A novidade chega apenas dez dias após a representação oficial da rede social ter se defendido da acusação de ser conivente com fake news e boatos no Brasil. A companhia teria distribuído selos de verificação para perfis que espalhavam conteúdos sem comprovação científica e que não atendiam aos critérios estabelecidos pelo serviço.

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Muitos usuários também solicitaram que executivos da plataforma respondessem porque a rede não oferecia o botão de denúncia sobre mentiras relacionadas à covid-19 e vacinas. Na ocasião, a rede usou o perfil oficial @TwitterSeguroBR para dizer que não faz juízo de valor sobre as informações e só intervém quando há potencial risco à saúde das pessoas.

Com a chegada oficial das denúncias, o Twitter disse esperar que as equipes passem a entender melhor novas narrativas e tendências sobre a desinformação em escala. Se isso der resultado, é provável que o algoritmo de detecção passe a identificar conteúdos problemáticos com mais eficácia, o que reduziria a necessidade da marcação manual.

Mesmo assim, não há como negar que a decisão do Twitter foi a mais acertada para o momento e deve ajudar a coibir com mais agilidade publicações problemáticas ou com fatos distorcidos para beneficiar um ou outro grupo político.

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Fonte: Twitter