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Nova política do Twitter favorece pesquisas acadêmicas e "bots do bem"

Por| 12 de Março de 2020 às 14h15

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Nesta semana, o Twitter atualizou os seus termos de uso voltados a desenvolvedores (Twitter Developer Agreement), efetivamente tornando a sua linguagem menos técnica e reduzindo seu tamanho: a versão anterior contava com oito seções distintas, enquanto essa tem apenas quatro.

A mudança mais importante, porém, reflete o uso de dados da rede social para pesquisas acadêmicas sem fins comerciais. Muitas informações e dados coletados pelo Twitter são usados em medições de comportamento do usuário — como por exemplo incidência de spam e em quais períodos eles são mais ou menos evidentes ou proliferação de discursos abusivos —, com a empresa agora permitindo o uso de sua API para fins de pesquisa: estudiosos que estiverem agindo sob a tutela de uma instituição acadêmica, por exemplo, poderão agora compartilhar um número ilimitado de IDs de tuítes ou usuários, como é o caso de revisões por organizações ou pessoas semelhantes (quando um estudo publicado precisa passar pela revisão de outras pessoas do meio).

Outra alteração refere-se à forma de proceder em caso de alteração de dados. Pelos novos termos, desenvolvedores deverão obrigatoriamente notificar o Twitter em caso de “modificações substanciais” aos seus dados antes de fazer qualquer uso dessas informações, e para tanto, o Twitter deverá aprovar isso. Caso alguém desobedeça essa ordem, o uso e o acesso à API da empresa serão ambos terminados.

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Uma nova regra é relacionada ao que o Twitter chama de “off-Twitter matching”, ou seja, um perfil ou pesquisa dentro da rede social é construído com dados de entidades que venham de fora dela. Para esses casos, o Twitter exige que o desenvolvedor obtenha permissão do usuário que detém os dados da pesquisa — podendo este fazer isso via formulário com opt in ou então com liberação publicamente comprovada (caso o usuário, por exemplo, tuíte que seus dados possam ser usados). Outra opção seria a de usar informações publicamente disponíveis sobre aquele usuário.

Bot do bem

Uma das mais notáveis mudanças nos termos de uso para desenvolvedores refere-se ao uso de bots. Veja bem: o Twitter tem um problema com contas falsas e/ou automatizadas — é um dos principais objetivos de seu constante combate à desinformação —, mas segundo a percepção da empresa, nem todo bot é ruim ou disseminador de fake news.

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Os novos termos de uso para desenvolvedores citam dois perfis de bot como bons exemplos: o “Every Color”, que publica códigos de cores segundo o tripleto hexadecimal (aqueles códigos de cor no PC, que podem ser em HTML ou CSS); e o SF QuakeBot, que publica informações ao vivo de terremotos que ocorram na região da Baía de São Francisco. A rede social identifica um “bot” como “uma conta onde comportamentos como criar, publicar e interagir com tuítes ou mensagens diretas sejam automatizados de alguma forma pela nossa API”.

No novo documento, operadores de bots devem se identificar como tal de forma visível na conta (ressaltando, por exemplo, tratar-se de uma conta bot na biografia do usuário), além de esclarecer quem está por trás do gerenciamento da conta — seja uma pessoa específica ou organização. Isso veio após recente descoberta de que pelo menos um quarto dos tuítes sobre o aquecimento global vinham de bots, sendo que estes disseminavam desinformação a respeito do tema.

Fonte: Techcrunch