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Koo vs. Twitter | Vale a pena trocar uma rede pela outra?

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 18 de Novembro de 2022 às 16h43

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Alveni Lisboa/Canaltech
Alveni Lisboa/Canaltech
Tudo sobre Twitter

Com o Koo em alta e o Twitter em baixa, muita gente está se perguntando se vale a pena trocar uma rede social pela outra. Mesmo que a rede social de Elon Musk não acabe, há milhares de usuários interessados em encontrar uma alternativa semelhante e viável. Afinal, qual mídia é melhor: Koo ou Twitter?

O primeiro aspecto a se considerar é o tempo de vida. O Twitter foi fundado em 2006, portanto já tem 16 anos de idade e muitas evoluções. Foram inúmeros erros e acertos ao longo da jornada, com altos (2010) e baixos (entre 2012 e 2018).

Já o Koo é uma rede fundada em 2019, mas que só conseguiu visibilidade em 2020. É tudo muito novo ainda, com bem menos ferramentas e um modelo de negócios ainda em construção. Mesmo assim, a juventude também pode ser um fator positivo — o Tiktok está aí para provar.

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Ferramentas do Twitter x Ferramentas do Koo

Em termos de funcionalidades, a vantagem é ampla para a rede social de Elon Musk. O Koo tem apenas ferramentas básicas como curtida, comentário, republicação (chamada Re-Koo) e compartilhamento via link ou direto para outras redes. É tudo bem limitado, lembrando muito o Twitter no começo da sua vida útil, lá pelos anos de 2008.

Já no Twitter existe tudo isso e ainda muitos outros utilitários: editar tuíte, cancelar envio, criação de threads, suporte a múltiplas mídias (foto e vídeo no mesmo tuíte) e mais. Há também as Comunidades, as salas de áudio dos Espaços e ferramentas de monetização, como o Super Follows, os Ingressos Pagos e os vídeos escondidos em paywalls.

Visual do Koo e visual do Twitter

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Este é talvez um dos pontos mais difíceis de considerar. Quem gosta de simplicidade vai preferir o Koo. Quem prefere uma interface com mais recursos à mão vai optar pelo Twitter.

Uma das principais vantagens do passarinho amarelo é a interface mais limpa, sem propagandas e com muitas áreas de respiro. A barra lateral tem apenas seis atalhos, sendo que um deles (o de linguagem) pode ser omitido futuramente sem prejuízo algum. No lado direito, apenas os trending topics são exibidos, o que facilita a rápida identificação dos assuntos em alta.

Já o Twitter tem muito mais poluição visual, principalmente na versão para navegador. A barra lateral tem mais elementos e leva o usuário para vários recursos, como Comunidades, itens salvos e a guia Explorar. Há várias propagandas no app para celular entre tuítes para quebrar a sua navegação e atrapalhar o consumo do conteúdo.

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No lado direito, os tópicos em alta são atualizados constantemente com palavras categorizadas por assunto, mas que nem sempre fazem sentido para o usuário. Logo abaixo, o passarinho azul dedica uma área com recomendações de perfis para seguir, elemento totalmente desnecessário que ocupa um espaço importante de respiro.

Compositor de tuítes x compositor de koos

Quando o assunto é a editor de conteúdos, o Twitter está bem à frente do concorrente. Quem deseja escrever um koo, nome dado aos posts na rede social indiana, tem algumas ferramentas úteis para produzi-lo. Dá para incluir vídeos, links externos, imagens ou criar uma enquete e produzir um texto de até 500 caracteres. Só isso e pronto!

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Já os tweets possuem muito mais versalidade. É possível adicionar mais de uma mídia no post juntamente com o texto e com um link. O serviço de Elon Musk permite anexar GIFs, criar enquetes ou usar emojis (o Koo também deixa, mas não existe um botão para isso), além de textos de até 280 caracteres.

Além disso, é possível marcar a sua localização, o que ajuda o algoritmo a entregar conteúdo para pessoas nas redondezas. Mas o principal trunfo do Twitter é o agendamento de conteúdos nativamente: você pode programar o dia e a hora para o post ser divulgado.

Verificação de perfil

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Quanto à verificação, existe um empate técnico, mas com um pouco de favorecimento para o Koo. O Twitter oferece o selo azul praticamente desde a sua fundação como forma de diferenciar contas originais de meros fakes. O problema é que o processo de concessão nunca foi muito transparente, deixando muitos perfis autênticos sem a verificação.

No ano passado, a rede social retornou com o processo de verificação, trazendo uma reformulação nos critérios para deixá-los mais claros. A mudança não adiantou muita coisa, já que perfis de jornalistas e influenciadores digitais, que se enquadram na regra, continuam sem receber o selo de autenticação.

Já o Koo tem um processo de autenticação bem mais direto. Qualquer pessoa pode se autoverificar nas configurações do perfil: é só clicar no botão "Self Verify" e enviar o documento de identidade para o sistema. Um profissional de moderação vai checar a autenticidade para conceder o escudo laranja.

Apesar da facilidade, o recurso está disponível apenas para cidadãos indianos que possuem documentos emitidos pelo governo. Se você for de qualquer outro país, não poderá ter a conta verificada no momento. É provável que isso mude no futuro, devido ao grande volume de estrangeiros entrando na mídia, mas até a restrição segue mantida.

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Quantidade de usuários

Obviamente que não dá para comprar o total de pessoas do Twitter com os usuários do Koo. Em seu auge, o Koo tinha 50 milhões de cadastrados. Será preciso esperar essa onda de novos usuários arrefecer para se fazer uma checagem de quanta gente entrou para o serviço nas últimas horas. Mesmo assim, a maioria das pessoas está vindo do Twitter, então seria difícil imaginar que o Koo possa ultrapassar os 436 milhões de usuários da plataforma de Musk.

Além disso, muitos brasileiros estão entrando no Koo apenas como uma brincadeira. É claro que um nome tão sugestivo viraria meme na internet brasileira, povoada por gente com o excelente humor da quinta série. Será necessário esperar mais um pouco para ver se o movimento é para valer ou se será fogo de palha, como ocorreu com o Mastodon.

Veredito: vale a pena trocar o Twitter pelo Koo?

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No atual momento, a resposta é não, mas isso pode mudar no futuro. Ainda é cedo demais para tomar uma decisão dessa, principalmente se você é um usuário assíduo da mídia social do passarinho azul.

Será necessário ver como a comunidade mundial vai reagir a essa invasão brasileira no Koo. Possivelmente, muita gente não vai querer ficar por lá, dada a má fama da empresa de permitir discursos de ódio e ataques a minorias. Além disso, a plataforma ainda precisará desenvolver muitas ferramentas para igualar a experiência do rival.

A moderação de conteúdo ainda é um ponto que precisará ser analisado pelo Koo, especialmente porque os profissionais que fazem isso não falam português. Há também uma preocupação com a estabilidade do serviço, já que houve interrupção no fornecimento em vários momentos, dada a elevada quantidade de pessoas acessando simultaneamente.