Facebook vai enviar publicações para agências de checagem de informações
Por Felipe Demartini | 03 de Agosto de 2017 às 10h52
Em mais um passo para evitar a proliferação de “fake news” na rede social, o Facebook anunciou que vai começar a repassar publicações para agências de checagem de informações. Os resultados dessa análise começarão a aparecer sob os links originais, de forma a demonstrar, claramente e de maneira rápida, se aquela notícia que está sendo compartilhada é, efetivamente, verdadeira.
Trata-se de um projeto piloto, que está sendo lançado nesta semana nos Estados Unidos, França, Alemanha e Holanda. Agências locais realizarão o serviço a partir de publicações enviadas a elas pelo próprio algoritmo do Facebook, que detectará automaticamente as publicações que podem ser falsas ou as que necessitam de verificação adicional.
O começo da aplicação em países como Estados Unidos e França, inclusive, é mais uma resposta da empresa às alegações de que não fez nada com relação à divulgação de informações falsas motivadas pela manipulação política. Os dois países passaram por eleições presidenciais recentemente, em que a rede social é citada como tendo papel fundamental para a escolha entre os candidatos, com agentes de ambos os lados utilizando o espalhamento de notícias falsas para minar o rival.
Para o Facebook, ainda, trata-se de uma forma de atender aos anseios da base de usuários, que cada vez mais exige contexto e apuração na hora de receber informações. Em meio a climas políticos tensos e disputas acirradas, nem mesmo dados compartilhados por amigos são vistos como confiáveis. As parcerias com agências de checagem vêm para atender a essa demanda.
Fora dos países em que a proposta está sendo testada, o Facebook também vai implementar sua função de artigos relacionados como maneira de melhorar as sugestões que aparecem ali. Isso pode servir como uma alternativa nos países em que o fact checking ainda não foi implementado, exibindo fontes legítimas e veículos noticiosos reconhecidos como alternativa aos links originais compartilhados pelos usuários.
Outra mudança recente, nesse sentido, afetou diretamente aos produtores de conteúdo. Há algumas semanas não é mais possível editar títulos, manchetes ou imagens de links compartilhados na rede social, com a prévia disponível no Facebook tendo de ser idêntica ao que vai ser encontrado no site, caso o usuário clique.
É uma forma de evitar a proliferação de “clickbaits”, as notícias que prometem que você “não vai acreditar” no que está escrito ali, e, na verdade, não entregam absolutamente nenhuma informação relevante. A mudança já foi aplicada para usuários e administradores de páginas em todo o mundo.
Fonte: Reuters