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Facebook fecha cerco em torno de contas acusadas de manipular informações

Por  • Editado por  Douglas Ciriaco  |  • 

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Reprodução/Alex Haney/Unsplash
Reprodução/Alex Haney/Unsplash
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Relatório divulgado pelo Facebook revela que foram apagados 714 perfis no Brasil de 2017 até 2020. Dentre os principais afetados estão páginas e perfis ligados à política, principalmente apoiadores do presidente Jair Bolsonaro e opositores ao seu governo. Os dados mostram a atuação da plataforma no combate às pessoas físicas e jurídicas que violaram a política de comportamento da rede e no Instagram.

As ações integram o que a rede chama de “operações de influência”, um conjunto de esforços coordenados para manipular ou corromper o debate público visando a um objetivo estratégico. O Facebook menciona várias ações relacionadas às eleições nos Estados Unidos, ocorridas no último ano, que confirmaram Joe Biden como vencedor na disputa contra o candidato à reeleição Donald Trump.

Os protestos civis contra o racismo e outras crises pontuais foram usados como gancho para a maior parte da disseminação falsa. No Brasil, a pandemia da COVID-19 também foi uma ponte comum para disseminar informações sem embasamento científico ou comprovação por autoridades, como tratamentos alternativos, dados camuflados ou mentiras sobre as vacinas.

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Segundo o Facebook, os perfis excluídos tinham origens distintas, incluindo páginas que disseminavam notícias falsas, entidades comerciais, políticos, grupos conspiratórios ou marginais e até coordenados por governos.

O que todos tinham em comum era a prática de inflar conteúdos duvidosos ou irreais de forma artificial. Mais do que apenas conteúdo falso, muitos desses perfis também se escondiam atrás do anonimato para espalhar boatos, o que é considerado um comportamento enganoso pelas políticas da plataforma.

Remoções no Brasil

Diferentemente do perfil dos ataques nos EUA, que partiram majoritariamente de outros países, aqui no Brasil a origem era local. O relatório revela que a maioria das remoções de conteúdo era de páginas criadas por aqui para influenciar a população brasileira.

Em razão das eleições municipais do ano passado, o país foi alvo de muitas operações de remoção de páginas fake nas duas plataformas sociais. De 2017 até 2020, foram 7 ações específicas para remoção de conteúdo que resultou nos seguintes dados:

  • 323 contas do Facebook
  • 235 páginas do Facebook
  • 81 grupos
  • 69 perfis do Instagram

Em dezembro de 2020, por exemplo, foram removidas 34 contas do Facebook e 18 contas do Instagram originadas em três municípios do estado do Espírito Santo (Serra, Vitória e Cariacica) criadas no intuito de fortalecer páginas e postagens relacionadas aos candidatos a prefeito em cada cidade.

A investigação encontrou vínculos entre eles e uma agência de comunicação e relações públicas com escritórios em Brasília, Vitória e Braga, em Portugal. Esta rede quase não tinha seguidores quando foi removida, mas a ação foi necessária porque o grupo era parte de uma estratégia de comportamento não autêntico existente na região.

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Em julho de 2018, a companhia derrubou uma rede coordenada que usava contas falsas para espalhar fake news — conforme o relato do Facebook, todos os perfis estavam vinculados ao Movimento Brasil Livre (MBL). Na mesma operação, também foram excluídas três páginas em apoio a Bolsonaro e duas que tentavam se passar pelo portal de notícias G1.

O Facebook reforça que continuará a executar tais atividades para impedir que a opinião pública seja manipulada por atitudes fraudulentas que visam interesses particulares.

Fonte: Facebook, Tecnoblog