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84% dos conteúdos falsos de saúde no Facebook não são rotulados com alertas

Por| 19 de Agosto de 2020 às 14h50

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Marketing Land
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Tudo sobre Facebook

Cerca de 84% dos conteúdos que trazem desinformação médica e são publicados no Facebook permanecem online, sem rótulos ou avisos por parte da rede social. E são visualizados por bilhões de pessoas. As informações são provenientes de um relatório do grupo Avaaz.

O documento pode jogar luz sobre a ineficiência do monitoramento de fake news da rede social, já que apenas 16% das afirmações médicas falsas são rotuladas como conteúdos suspeitos, não comprovados ou prejudiciais.

O relatório da Avaaz, que é uma organização sem fins lucrativos dos EUA, analisou 174 peças de conteúdo que foram verificadas por um terceiro confiável e que continham informações incorretas sobre saúde. A entidade descobriu que muitas postagens, algumas das quais alcançaram milhões de pessoas, conseguiram evitar ser rotuladas pelo Facebook repostando conteúdo de outras páginas ou traduzindo para outros idiomas.

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A Avaaz descobriu que, no ano passado, a desinformação sobre saúde foi vista 3,8 bilhões de vezes no Facebook em pelo menos cinco países - EUA, Reino Unido, França, Alemanha e Itália. O volume atingiu o pico em abril, quando a pandemia do coronavírus se espalhou rapidamente pelo mundo. A conclusão do grupo é que que o Facebook representa uma "grande ameaça" à saúde pública.

Mais audiência que a OMS

O levantamento da Avaaz também descobriu algo dos mais preocupantes: o conteúdo dos dez maiores sites de divulgação de fake news sobre saúde tinha quase quatro vezes mais visualizações no Facebook do que o conteúdo das dez grandes entidades de saúde, como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC, na sigla em inglês).

A Avaaz também afirmou que o Facebook deveria colocar correções independentes e verificadas junto com a desinformação na plataforma. O grupo afirmou que isso poderia reduzir a crença das pessoas na desinformação em uma média de quase 50%. Além disso, a entidade afirmou que o Facebook deve alterar seu algoritmo para reduzir o alcance da desinformação em 80%.

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"O Facebook ainda precisa aplicar efetivamente essas soluções na escala e sofisticação necessárias para derrotar esta grande massa de desinformação, apesar dos repetidos alertas de médicos e especialistas em saúde para fazê-lo.", disse a Avaaz em comunicado.

A pandemia do coronavírus colocou o Facebook sob um novo holofote, à medida que informações falsas e enganosas sobre o vírus, sua origem, vacinas, curas e o papel das autoridades públicas estão se espalhando pelas plataformas de social media. Recentemente, a rede social retirou do ar vídeos conspiratórios, alertou as pessoas que podem ter espalhado informações erradas e retirou do ar as páginas de eventos anti-lockdown.

A Avaaz afirmou que "a prevalência da desinformação, apesar dessas medidas, mostra que mesmo as estratégias mais ambiciosas do Facebook estão aquém do que é necessário para proteger efetivamente a sociedade". A entidade classificou sua investigação como "uma das primeiras a medir até que ponto os esforços da rede scial para combater a desinformação sobre vacinas e saúde em sua plataforma foram bem-sucedidos, tanto antes quanto durante seu maior teste: a pandemia do coronavírus".

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O que o Facebook diz

Em entrevista ao canal BBC, o Facebook rejeitou as descobertas da Avaaz, afirmando que elas "não refletiam os passos que tomamos". A empresa declarou ainda que "compartilha a meta da Avaaz de limitar a desinformação. Graças à nossa rede global de verificadores de fatos, de abril a junho, aplicamos rótulos de advertência a 98 milhões de informações incorretas da Covid-19 e removemos sete milhões de informações que poderiam levar a danos iminentes".

Para completar seu posicionamento, a rede social afirma que "direcionou a mais de dois bilhões de pessoas recursos cujas fontes são autoridades de saúde. E quando alguém tenta compartilhar um link sobre COVID-19, mostramos a eles um pop-up para conectá-los com informações de saúde confiáveis".

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Entre outras ações, em março último, a empresa anunciou a proibição de anúncios relativos a máscaras faciais médicas e produtos médicos que prometam prevenção ou cura para o COVID-19. Grupos de discussão, cujo tema está relacionado ao Coronavírus, também estão sendo bloqueados, não sendo mais recomendados pelo algoritmo da rede social.

Fonte: Business Insider