X-Men | Saga do Sr. Sinistro termina com a maior derrota dos mutantes
Por Claudio Yuge | 23 de Maio de 2023 às 15h03
Desde que começou uma nova era dos quadrinhos dos X-Men em julho de 2019, Jonathan Hickman, já dava sinais de alguns personagens teriam um papel muito maior que desempenhavam até então. E um deles é o Senhor Sinistro, vilão que desde o início da “Era Krakoana” já mostrava ter uma agenda própria. Isso escalou para um grande plano diabólico, que, ao final revelou a maior derrota dos Filhos do Átomo, desde sua criação nos anos 1960.
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Sins of Sinister mostra como o Senhor Sinistro manipulou o Conselho Silencioso de Krakoa e os Protocolos de Ressureição dos mutantes, infiltrando clones e DNAs pré-programados, para que ele pudesse usar tudo isso em seus futuros planos. O objetivo dele é acabar com os Domínios, que representam o ápice da evolução das máquinas e da inteligência artificial (IA), e são formados a partir de 10 ou mais Titãs se fundem — os Titãs são sociedades de IAs que progrediram ao ponto de colapso ou singularidade.
Como dá para notar, Hickman aprofundou ainda mais a densidade de ficção científica que os X-Men sempre ofereceram em seus momentos mais brilhantes. Em poucas palavras, o maior conflito dos mutantes, em uma perspectiva mais ampla, não é contra os humanos, e sim com a combinação de duas de suas criações: as máquinas e a inteligência artificial.
Senhor Sinistro impõe a maior derrota dos X-Men
O Senhor Sinistro já havia superado os X-Men anteriormente, especialmente na saga Massacre de Mutantes, o primeiro grande crossover dos mutantes, ainda nos anos 1990. Mas Sins of Sinister foi realmente um massacre mais profundo. O começo foi chocante, com mortes assustadores e o plano mais diabólico já visto nas páginas do grupo.
Atenção para spoilers de Sins of Sinister: Dominion #1!
Ao final da saga, em Sins of Sinister: Dominion #1, vemos que o maior objetivo de Sinistro não pode ser cumprido por conta dele mesmo. O vilão sempre quis atingir o status divino de um Dominion, mas percebe que, ao chegar perto disso, nota que outra versão de si mesmo já conseguiu isso. Ele até tenta ativar um gene X modificado que poderia alimentar sua obsessão, mas isso também não funcionou: para chegar à altura de um Dominion, é necessário que isso seja alcançado em todos os ponto do tempo em diversas linhas temporais em que isso acontece, simultaneamente — algo que ainda não é possível acontecer.
O Nathaniel Essex original, tem maior conflito com três outros clones seus: Dr. Stasis, Orbis Stellaris e Mother Righteous. Ainda não dá para saber exatamente quem já estava se tornando um Dominion quando Essex chegou lá, mas é possível que a Mother Righteous, uma versão de Sinistro mais ligada à magia, seja a responsável por isso.
Dessa forma, voltamos ao tempo atual, em que vemos as coisas, aparentemente, retornando ao status inicial. Contudo, a candidata mais provável para se tornar a Dominion se mostra como a Mother Righteous porque ela conseguiu recuperar todo o conhecimento que adquiriu durante os mil anos da linha temporal de Sins of Sinister: e ela está usando isso para ganhar a confiança de Krakoa, manipulando seu caminho até o “prêmio final”.
Parece complicado, e é. Mas isso faz parte da atual fase dos X-Men, que, embora muitas vezes não seja tão divertida se comparada a outras épocas, é definitivamente mais cerebral. E, justamente nesse grande período, é que vemos os mutantes tomarem sua maior surra, já que o futuro do Sinistro Dominion, aparentemente, é inevitável.