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Saiba mais sobre o Falcão e sua jornada como Capitão América nas HQs da Marvel

Por| Editado por Patricia Gnipper | 21 de Março de 2021 às 11h00

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Marvel Comics
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Nesta semana tivemos a estreia de Falcão e o Soldado Invernal, a segunda série produzida pela Marvel Studios para o Disney+ conectada diretamente aos eventos do Universo Cinematográfico Marvel (MCU, na sigla em inglês). Na trama, ambos os heróis precisam lidar com novas ameaças e Sam Wilson (Howard Mackie), especificamente, tenta ser o sucessor de Steve Rogers como Capitão América.

Falcão, criado por Stan Lee e Gene Colan, foi o primeiro super-herói afro-americano publicado nos quadrinhos por uma grande editora, em Capitain America #117, de setembro de 1969. Esse foi um período de grandes conflitos nas ruas dos Estados Unidos, por conta de protestos contra a participação na Guerra do Vietnã e pelos direitos dos cidadãos, incluindo questões raciais. Stan queria ver essa realidade reproduzida nas páginas de algum gibi, então, criou Sam Wilson.

Desde cedo, Wilson teve que lidar com a violência. Seu pai, Paul, um pastor a quem ele ouvia os sermões com muita atenção, morreu na sua frente, enquanto tentava acabar com uma briga de gangues no Harlem, bairro em que morava. Darlene, sua mãe, foi assassinada em um assalto, o que o deixou sozinho para cuidar de seu irmão e irmã menores.

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Uma das coisas que deixava Wilson em paz era observar e até se comunicar com pássaros. Em uma de suas viagens, ele adotou um falcão e batizou-o de Asa Vermelha. Sua estreia ao lado do Capitão América começa com uma trama esquisita, já que Wilson primeiramente vai à Ilha dos Exilados porque alguém procurava por um falcão de caça. Logo ele descobre que não é nada disso, e os interessados na ave eram, na verdade, nazistas.

Embora a “justificativa” para trazer o herói para a revista do Capitão América tenha sido sem muito sentido, o Falcão logo ganhou um traje com asas e passou a se tornar um aliado recorrente nas tramas do Sentinela da Liberdade. Inicialmente, Stan mostrava Wilson como alguém com uma certa conexão psíquica com seu Falcão.

Poderes e habilidades

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Mais tarde, essa conexão com aves foi explicada como uma intervenção do Caveira Vermelha, que tinha usado o Cubo Cósmico para dar ao Falcão esse “poder telepático”, muitas vezes usados de forma “empática” com outras aves também. Contudo, ao longo do tempo, essa vantagem foi caindo em desuso. Wilson é muito habilidoso no combate corpo a corpo, possui um conhecimento acima da média sobre tecnologia e é um dos únicos que já conseguiram arremessar o escudo de Steve Rogers com eficiência semelhante ao do Capitão América original.

O herói é conhecido mesmo por saber usar seu traje com asas com muita destreza e em altas velocidades. Aliás, seu uniforme é especial, feito de um tecido elástico sintético forrado com malha de liga de aço, com um planador a jato destacável, feito de titânio leve. As asas possuem um sistema de conversão de energia solar e, mais recentemente, ganharam várias funcionalidades, após um “upgrade” feito pelo Pantera Negra, com o uso de revestimento feito do raro metal Vibranium.

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Atualmente, suas asas são controladas por uma conexão cibernética e podem ser reconfiguradas instantaneamente em dezenas de formas. Seu voo é realizado com um impulso magnético e o traje possui dispositivos de bloqueio de GPS, que impedem o rastreamento via satélite — por outro lado, ele possui um sistema de reconhecimento que o ajuda a encontrar seus alvos com facilidade.

A viseira vem equipadas com vários recursos, incluindo lentes infravermelhas, e, além de ajudá-lo a enxergar à noite, possui um zoom poderoso e sensores remotos que permite uma panorâmica de 360 graus quando ativados. Seu link mental com a máscara permite que ele também muitas vezes utilize suas asas como uma “mão”, para “pegar” objetos.

A fase setentista que antecipou o “Falcão América”

Sam Wilson se tornou um amigo digno de “bromance” com Steve Rogers, ao ponto de ele ser “promovido” com seu nome na capa da revista. Nos anos 1970, o escritor Steve Englehart assumiu a revista Captain America, que seria rebatizada de Captain America and the Falcon. Ou seja, ele deixou de ser apenas um sidekick para se tornar também protagonistas nas tramas.

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“A capa dizia 'Capitão América e o Falcão', e estávamos nos anos 1970, uma época idealista. E eu era um jovem idealista dos anos 1970. Então pensei: 'Por que o cara negro tem que ser o personagem secundário aqui?' Eu sabia que o foco era no Capitão América, mas também que certamente poderia fazer com o Falcão mais do que havia sido feito”, disse Englehart, em uma entrevista ao Newsarama em 2017.

E como isso aconteceu? Bem, o roteirista deu um jeito de tirar Rogers do manto do Capitão América, em um período em que o herói se desiludiu com as ações do governo dos Estados Unidos. Nessa época, Rogers passou a atuar com o Nômade. Vale notar aqui também que essa fase, juntamente com a de Mark Waid, nos anos 1990, ajudaram a remover do Sentinela da Liberdade aquele “ranço patriótico” que muitos tinham ao ler suas histórias. O Capitão América passou a lutar muito mais pela liberdade do que pelo país — e até mesmo nos filmes você pode notar que ele está, na maior parte do tempo, em conflito com as atitudes e decisões do governo.

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Bem, voltando para o Falcão. "Quando chegamos à história do Nômade, pensei: 'Bem, se não há Capitão América, pelo menos ainda há um Falcão. Então, ao torná-lo um personagem mais forte, eu tinha as ferramentas para mudar o foco para o Falcão, enquanto o Nômade estava fazendo suas coisas. E mesmo que não houvesse Capitão América, ainda havia muitos super-heróis ao redor”, complementou Englehart.

E, embora essa fase setentista tenha aberto portas para que Wilson se tornasse o Capitão América nos anos 2010, Englehart jura que sua intenção não era a de “promover” o Falcão a Sentinela da Liberdade. “Acho que ele foi bem treinado por Steve para assumir essa responsabilidade; queria que ele apenas fosse um parceiro sólido. Mas eu nunca o previ como nada além do Falcão."

O Falcão como Capitão América

Em 2015, a Marvel Comics promoveu mais um de seus “soft reboots”, desta vez com a premissa de aumentar o legado de cada um dos seus principais ícones. Assim, Steve Rogers, Tony Stark, Natasha Romanoff, Bruce Banner, Thor Odinson, Clint Barton, Matt Murdock, Peter Parker e vários outros personagens passaram a ver outras versões de seus alter-egos, preenchidos por perfis mais diversos e representativos. Foi assim que Amadeu Cho se tornou um Hulk, e Miles Morales passou a ser o Homem-Aranha oficial dos Vingadores por um tempo.

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Nessa época, o Soro do Supersoldado de Steve Rogers “venceu”; e ele, claro envelheceu. A reviravolta para seu “retorno” como Capitão América posteriormente, após a saga Império Secreto, foi, na verdade, um esquema criado pela Marvel para remover a substância do organismo do herói. Há anos, muitos criticavam o fato de o Capitão América ter se tornado um herói devido à “vantagem pelo uso de drogas” para melhorar seu corpo. Com a conclusão do arco, Rogers teve seu corpo restabelecido pelo Cubo Cósmico senciente, Rubik — o que não apaga o passado, mas deixa a origem com o soro em plano inferior.

Ok, voltando ao Falcão. Quando Rogers estava senil, Wilson então assumiu o manto de Capitão América, como um líder mais voltado às comunidades periféricas e com as questões raciais. Sua versão do Sentinela da Liberdade pode ser considerada mais polêmica e “rebelde”. Desde o início de sua “gestão”, ele passou a usar mais as redes de comunicação e desatou laços com a SHIELD e com o governo estadunidense.

O abandono do manto de Capitão América

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Wilson levantou pontos interessantes em uma discussão maior sobre o cenário dos Estados Unidos na época, que passava a transição do governo Obama para o Trump. A questão sobre imigrantes, por exemplo, tornou-se parte das tramas. E, assim, como na vida real, o personagem começou teve que enfrentar a intolerância e atos terroristas de extremistas.

No final, Wilson mostrou ser um ótimo Capitão América. Mas, as tramas envolvendo o próprio Rogers e os eventos das histórias tiveram consequências pesadas para o lado psicológico de Wilson — ninguém consegue “apanhar” tanto do mundo quanto Rogers, que também transita mais facilmente entre as diferentes esferas de poder e ideais, independente do lado.

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Então, em 2017, Sam Wilson voltou a ser “somente” o Falcão, mas com um grande “upgrade” em sua trajetória. Ele se tornou um personagem com profundidade ainda maior, independente das aventuras de Steve Rogers — mas, claro, sempre leal ao amigo de longa data. E a versão que atualmente preenche as aventuras do personagem no MCU é uma “amálgama” de tudo isso.