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Sabia que o Homem de Ferro era “Série B” na Marvel? Veja como ele foi promovido

Por| 18 de Junho de 2020 às 10h17

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Marvel Comics
Marvel Comics
Tony Stark

Quem vê o Homem de Ferro como o maior símbolo da Marvel hoje em dia, talvez não saiba os perrengues que esse personagem passou. Embora o Homem-Aranha ainda seja a “cara da Marvel Comics”, o Gladiador Dourado se tornou o mais popular Vingador, desde que Robert Downey Jr. encarnou o herói no Universo Cinematográfico Marvel (MCU, na sigla em inglês).

Quando foi criado no início dos anos 1960, em plena Era de Prata dos quadrinhos, o Homem de Ferro trazia os elementos de ficção científica que os leitores tanto queriam na época. Foi um tremendo sucesso, ainda mais com sua participação nos Vingadores. O personagem se manteve popular nas duas décadas seguintes, impulsionado pela série (des)animada da TV. Embora tenha sido lançada em meados 1966, ela foi reprisada em diversos países, como no Brasil, muitos anos depois.

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Só que, durante esse tempo, ainda que Tony Stark tivesse aparições importantes em outras tramas e revistas, o seu título mensal não funcionava. E a situação começou a piorar no final dos anos 1980.

Guerra das Armaduras salvou o herói

Com baixas vendas, a revista Iron Man quase foi cancelada por diversas vezes. O personagem deixou de aparecer de forma consistente nos eventos e revistas da Marvel Comics e chegou a estar relegado à “Série B” de propriedades da editora. Eis que David Michelinie e Bob Layton, dois dos escritores mais bem-sucedidos na trajetória do Gladiador Dourado, “salvaram o dia” com a saga Guerra das Armaduras, em 1988.

Na trama, Tony Stark descobre que vários vilões, como o Homem de Titânio, o Besouro e até mesmo o Doutor Destino, vinham usando sua tecnologia. Ao se aliar com o Homem-Formiga Scott Lang, Stark descobriu que o Espião Mestre vendeu seus projetos para o rival Justin Hammer, que, então, negociou os equipamentos para o mundo todo.

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O arco durou sete edições e trouxe de volta a ficção científica e a espionagem ao título do herói, com direito a participação de vários personagens da Marvel e o conflito com o governo, incluindo a SHIELD — e claro, mostrou várias outras armaduras e possibilidades na mitologia do Gladiador Dourado. Isso tudo colocou o Homem de Ferro de volta à “série A”, pelo menos momentaneamente.

A derrocada nos anos 1990 e o reinício em 2000

Contudo, veio a “década perdida” para os quadrinhos de super-heróis. Os anos 1990 foram implacáveis com o saturado mercado de vigilantes com colantes multicoloridos. E o Homem de Ferro também sofreu com a crise criativa e financeira no setor. Ele chegou a ser completamente reformulado, na iniciativa Herois Renascem, mas não fez sucesso.

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Stark mudou de grupo e foi liderar a Force Works e chegou até mesmo a ser substituído por uma versão mais jovem. As vendas caíram ainda mais, seja por histórias ruins ou pela própria falta de interesse dos leitores por um herói desacreditado. Foi aí que, na virada da década (e do século), a Marvel voltou a olhar com mais carinho para o personagem, a partir de abordagens modernas.

No início dos anos 2000, o roteirista Brian Michael Bendis começou a revitalizar os Vingadores com o intuito de tornar o grupo na franquia número um da Marvel Comics — nesse período os títulos que mais vendiam eram os dos X-Men. Paralelamente, o escritor Mark Millar também oferecia uma visão radical e mais “pé no chão” dos heróis, especialmente de Tony Stark, em Os Supremos, uma versão dos Maiores Heróis da Terra e um mundo alternativo.

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Assim, o status do Homem de Ferro foi mudando. Ele se tornou um dos pilares dos Vingadores, ao lado do Thor e do Capitão América, e se virou um contraponto às ideias de Steve Rogers. Stark passou a atuar ao lado do governo e suas ideias progressistas começaram a ter implicações políticas e sociais — tanto em suas histórias quanto em todo o Universo Marvel. Resumindo, o Gladiador Dourado se tornou uma propriedade muito mais interessante na Casa das Ideias.

Não à toa, Stark se tornou o “vilão” da Guerra Civil nos quadrinhos, em 2006. E Os Supremos passaram a ser inspiração do que viriam a ser os Vingadores no MCU.

O Marvel Studios e a redenção

Quando o diretor Jon Favreau foi recrutado por Kevin Feige para dar início ao Marvel Studios, em 2006, ambos buscaram justamente um herói que ninguém estava ligando muito naquele momento, mas que tinha potencial. Naquela época, pesava o fato de o Homem de Ferro estar deixando a “Série B” nos quadrinhos, com tramas que remetiam às suas raízes e que serviriam de base para o filme. Além disso, com as expectativas baixas, qualquer coisa que chamasse a atenção já seria lucro para o estúdio, que ainda engatinhava.

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Eis que, após encontrar o próprio Tony Stark em Robert Downey Jr., o Homem de Ferro bombou nos cinemas dois anos depois, com o início do MCU. E, desde então, nada mais foi a mesma coisa para o personagem. Nos quadrinhos, ele emplacou uma nova e aclamada revista mensal, Invincible Iron Man, com roteiros incríveis de Warren Ellis e design de Adi Granov — que, mesmo antes do lançamento do filme, já vinham participando da reformulação do herói.

Veja bem, o antes “Série B” ganhou tanto destaque que, na adaptação da Guerra Civil para o MCU, a história coloca Stark em uma posição bem diferente da dos quadrinhos. Nas revistas, fica bem claro que o Homem de Ferro é o “vilão”, enquanto no cinema é possível dividir a opinião do público, dada a popularidade que Robert Downey Jr. criou em torno do herói — isso obrigou os roteiristas a mudar o comportamento dele e do Capitão América, em relação à trama original.

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Atualmente, a revista do Homem de Ferro passa por altos e baixos. Entretanto, desde seu filme de 2008, o herói vem incorporando a personalidade do ator nos quadrinhos e nunca mais deixou a “Série A” da Marvel. Assim como aconteceu com outras propriedades da editora nos últimos anos, atualmente ele se encontra “morto”, em reformulação, para um soft reboot em breve. E torçamos para que Stark nunca mais caia para a “Segunda Divisão”.