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Quem é Bloodshot? Conheça o anti-herói da nova adaptação de HQs com Vin Diesel

Por| 10 de Março de 2020 às 12h17

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Valiant Comics
Valiant Comics

Vin Diesel estreia nesta semana no Brasil uma nova adaptação de quadrinhos, que desta vez não virá do Marvel Studios ou da DC Films. Bloodshot é baseado no personagem de mesmo nome da editora Valiant, que tem uma pequena, mas importante fatia do mercado norte-americano de super-heróis. A trama envolve um cara durão que vira uma máquina de matar biotecnológica super-humana a partir de injeção de melhorias via nanotecnologia.

Como Bloodshot não é muito conhecido por aí, o Canaltech explica quem ele é para você assistir ao filme por dentro de sua história.

Bem, tudo começou no início dos anos 90, um período de pouca criatividade editorial e muitos músculos no mercado norte-americano de quadrinhos. Assim, como todas as histórias dessa década, o anti-herói protagonizava tramas que pareciam saídas de filmes de ação oitentistas — ou seja, sem muito cérebro, mas com muito tiroteio e pancadaria, o que, diga-se de passagem, encaixa-se perfeitamente com o perfil dos filmes de Vin Diesel.

Bloodshot foi criado em 1992 por Kevin VanHook, Don Perlin e Bob Layton, que era um artista em alta na época e participou de uma das melhores tramas do Homem de Ferro, o arco Guerra das Armaduras. Layton fundou a Valiant com Jim Shooter, ex-editor-chefe da Marvel Comics. A origem do personagem, portanto, tem uma clara influência de outros heróis de onde trabalhavam, a exemplo do Capitão América, Wolverine e Justiceiro — com um toque de Frankenstein, de Mary Shelley. Sua primeira aparição foi em outra revista da Valiant, Rai #0, e sua popularidade o alavancou a um título mensal próprio.

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A versão original narra a trajetória de Angelo Mortalli, mafioso que sofre experimentos após ser traído pela família Carboni. Ele recebe quase 1 bilhão de microscópicos robôs no projeto japonês chamado de Project Rising Spirit, uma divisão sem muitas preocupações éticas que nasceu na Segunda Guerra Mundial com o objetivo de gerar supersoldados. O protagonista se torna um espião assassino imbatível, com poderes de regeneração, capacidade de usar sistemas eletrônicos apenas com o toque e até camuflagem, tornando-se virtualmente invisível. Ele também conta com muitas habilidades de combate e uso de armas de fogo.

Origem revisada em 1996

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Quando a Valiant começou a se tornar mais relevante, com personagens como Ninjak, Magnus, X-O Manowar e Harbinger, o estúdio de games Acclaim comprou a editora e decidiu mexer um pouco no passado de Bloodshot para torná-lo mais “comercialmente viável” em um jogo lançado nos Estados Unidos — afinal, ter uma franquia com referências aos ianques, em vez dos japoneses, teria mais apelo aos consumidores.

Assim, em 1996 o Project Rising Spirit virou uma divisão secreta estadunidense chamada de Domestic Operations Authority. As tramas mostraram que o personagem, na verdade, tinha implantes de memória, então sua identidade transitava entre Mortalli e outras pessoas, como Michael Lazarus e Raymond Garrison.

Essa “brincadeira” com a vida do personagem o deixa transtornado, em busca de vingança contra os responsáveis pela sua criação. Para piorar, Bloodshot ficou sabendo que o Project Spirit Rising tinha objetivos, digamos, pouco dignos, como tentar aumentar influência internacional perante governos na base da força. O cientista Emmanuel Kuretich entra na trama, revelando que o anti-herói teria sido criado para capturar crianças que nasceram com habilidades especiais, os chamados psiônicos.

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Como Kuretich planeja também se vingar de seus empregadores, ele ajuda o combatente a desbloquear suas memórias. A intenção é, claro, usar o exército de um homem só chamado Bloodshot para eliminar os responsáveis por sua transformação.

Versão “otimizada” nos anos 2010

A Acclaim fechou as portas em 2004, o que deixou os direitos de Bloodshot novamente livres para negociação. A Valiant se tornou Valiant Entertainment, disposta multiplicar suas propriedades em outras mídias e, assim como outras editoras menores, a exemplo da Image Comics, passou a construir um universo mais coeso, com seus personagens interagindo em eventos semelhantes aos da Marvel Comics e DC Comics.

Assim, em 2012, Bloodshot sofreu um reboot, com o crossover chamado Summer of Valiant, que também revisou todos seus heróis mais populares, a exemplo de X-O Manowar e Harbinger, reunindo-os contra um inimigo em comum. A manobra foi um sucesso e somente a primeira edição de X-O Manowar dessa nova safra vendeu mais 42 mil exemplares na pré-venda da distribuidora Diamond. Além disso, as mudanças na diretoria ajudaram os títulos a serem comercializados em plataformas digitais.

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Nessa nova era, Bloodshot virou uma mescla de suas histórias anteriores, mas com foco nas memórias de Ray Garrison. A grande diferença em relação ao início com Mortalli é que o background se tornou mais complexo e o Project Rising Spirit ganhou objetivos mais nobres, como identificar e destruir ameaças terroristas.

Finalmente, a adaptação com Vin Diesel

Em janeiro de 2018, a Valiant Entertainment teve suas cotas completamente adquiridas pela DMG Entertainment, que detia 57% da empresa. A intenção da companhia era bem clara: aumentar a receita capitalizando com minisséries e coletâneas, especialmente para vender os arcos para possíveis adaptações para o cinema — afinal, o Marvel Studios tinha se tornado uma fábrica de hits bilionários nas telonas.

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O projeto para uma adaptação para os cinemas existia desde 2012, quando Jared Leto era cogitado para viver o protagonista, a partir da negociação com a Columbia Pictures. O desenvolvimento demorou bastante para sair do papel e, no final de 2017, o ator já não era o preferido dos executivos. Assim, em março de 2018, a Sony Pictures, que também é dona da Columbia e em 2015 havia assumido os trabalhos para esse longa, selecionou Vin Diesel para a produção.

Bloodshot deve atualizar toda a origem, com referências a tecnologias atualmente disponíveis, e tem uma premissa semelhante, mas com o toque de vingança com foco no assassinato de Garrison e de sua esposa — bem aos moldes do Justiceiro. E aí é que começa a trajetória de Bloodshot para promover um banho de sangue para destruir a conspiração que o criou.