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Comércio brasileiro de HQs recorre à tecnologia para enfrentar o coronavírus

Por| 01 de Abril de 2020 às 10h20

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Itiban
Itiban

O mercado editorial brasileiro já está resistindo a uma crise há alguns anos, com o fechamento de grandes livrarias, como a rede Fnac, e a dificuldade de grupos que antes eram líderes nas bancas, a exemplo da Editora Abril. A alta do dólar e as dificuldades de distribuição já vinham dificultando a vida de vários comerciantes e agora, com a pandemia global do coronavírus, como fica a venda de quadrinhos no Brasil?

Embora o e-commerce desses produtos já exista há anos, a coisa ficou complicada para os donos de negócios menores porque esse serviço não é considerado essencial — e bem, grande parte dos clientes mais fieis apreciam a convivência com os proprietários e a comunidade de leitores e jogadores de cardgames e Role Playing Games.

A Itiban Comic Shop, em Curitiba, por exemplo, tem recorrido a kits de produtos com desconto para os nichos de consumidores. Conjuntos de cardgames ou livros para crianças são encomendados via redes sociais e WhatsApp e entregues nas casas dos consumidores com uma taxa mínima de entrega — tudo muito bem higienizado, o que é muito importante neste momento.

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Aliás, a tecnologia tem sido importante neste momento de distanciamento social. O encontro semanal do clube de leitura da loja, o ItiClub, em vez de ser realizado presencialmente, aconteceu por meio da gravação de cada participante comentando suas impressões sobre A Mão do Pintor, da argentina Maria Luque.

A Comix Book Shop, em São Paulo, também aposta em descontos expressivos, de até 50%, e frete grátis para tentar manter as vendas enquanto as pessoas estão no isolamento.

Editoras refazem planejamento

A situação na impressão e envio do material também ficou mais complicada, obrigando as grandes editoras a repensarem o cronograma da temporada. A Panini Comics precisou ajustar o lançamento de títulos atrelados às estreias de filmes, a exemplo de Novos Mutantes, Viúva Negra e Mulher-Maravilha. Para contribuir com a corrente de solidariedade que oferece conteúdo grátis para quem tem que ficar em casa, a companhia disponibilizou alguns quadrinhos da Marvel e mangás na faixa para leitura em plataformas digitais.

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A Mythos Editora anunciou que vai paralisar as atividades em abril, maio e junho e muitas entregas só vão acontecer no segundo semestre. O grupo também deve recorrer à tecnologia para se manter próximo aos lojistas e leitores, com links de compra, resenhas, entre outras ações. Uma dessas frentes é o uso do Issuu, que permite a visualização online de trechos ou histórias completas — você pode ler Guerra Total, de Judge Dredd, por completo, por exemplo.

A Devir e a Mino, que estão com novos volume de A Liga Extraordinária e Estranhos no Paraíso e seis livros do projeto Narrativas Periféricas, respectivamente, ficam na dependência do funcionamento das gráficas, distribuidoras e, principalmente, das comic shops — afinal, se não há onde expor, fica mais difícil chegar até os consumidores.

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Quadrinhos na Cia., Nemo, Veneta, DarkSide Books, Planeta DeAgostini, Comix Zone, Pipoca & Nanquim, entre outras também decidiram interromper seus lançamentos e remessas pelo menos até maio. Todo o cronograma foi afetado e só deveremos ver a retomada do calendário de maneira mais uniforme no segundo semestre.

Com informações do Universo HQ