Publicidade
Economize: canal oficial do CT Ofertas no WhatsApp Entrar

Cocriador de Asterix, ilustrador francês Alberto Uderzo morre aos 92 anos

Por| 24 de Março de 2020 às 21h00

Link copiado!

TVI24
TVI24

Difícil encontrar alguém que não conheça ou nunca tenha ouvido falar de Asterix. O guerreiro gaulês e seu inseparável amigo Obelix protagonizaram algumas das mais divertidas e didáticas aventuras na aldeia Armórica do período histórico no século antes de Cristo, durante a ocupação da região pelo exército de Júlio César e o Império Romano. Os criadores disso tudo, os franceses Alberto Uderzo e René Goscinny, conseguiram unir, em uma vasta obra, personagens cativantes, História e Geografia e tramas divertidas, com a tradicional e detalhada narrativa característica dos quadrinhos franco-belgas. Infelizmente, nesta terça-feira (24), Uderzo nos deixou.

Uderzo nasceu no dia 25 de abril de 1927 em Fismes, no Grande Leste da França, e estava prestes a completar 93 anos. Desde criança, quando sonhava em ser mecânico de aviões, já se interessava pelas artes e, depois de deixar Paris para se morar na Bretanha, na Segunda Guerra Mundial, começou a trocar os trabalhos com mobílias junto de seu pai para se dedicar à ilustração.

Um pouco mais tarde, em 1951, conheceu o roteirista Goscinny, com quem criaria Asterix, Obelix, Panoramix e toda a turma gaulesa da série de livros em quadrinhos que foi muito além das páginas impressas. Suas dezenas de álbuns venderam mais de 370 milhões de cópias em 111 línguas e dialetos e se tornaram exemplo de como é possível contar a história da sociedade de forma didática e divertida — é comum, seis décadas depois, vermos suas publicações serem usadas por professores em salas de aula.

Continua após a publicidade

Asterix já enfrentou o “Coronavirus”

Em um episódio curioso para os dias em que vivemos, Asterix e Obelix enfrentaram o “Coronavirus” em um álbum publicado em 2017 — e a trama de Asterix e Transitálica aconteceu justamente na Itália, atual epicentro do novo coronavírus (SARS-CoV-2). Mas, diferente da COVID-19, a ameaça era um vilão misterioso, que, no final das contas, revelou-se como o imperador Júlio César. Vale destacar que a nomenclatura semelhante se dá porque na série os romanos usam o sufixo “us”, então, tudo não passa de uma enorme coincidência.

Em outras mídias, as aventuras de Asterix e sua turma também repetiram o fenômeno das obras impressas, com mais de dez animações, quatro longas em live-action, dezenas de games, parque temático em Paris dedicado exclusivamente para esse universo, entre outras menções, referências e produções.

Continua após a publicidade

Mesmo depois da morte de Goscinny, em 1977, Uderzo continuou produzindo o material e nunca deixou para trás os elementos narrativos construídos com seu parceiro de longa data. Em 2009, já sentindo os efeitos da artrose, ele decidiu deixar as mesas de desenho e, em 2011, continuou transmitindo seu legado para os autores mais jovens, observando de perto a manutenção da qualidade e das edições mais recentes de Asterix.

Segundo seus familiares, ele faleceu por complicações de um ataque cardíaco. "Albert Uderzo morreu enquanto dormia em sua casa em Neuilly (na periferia de Paris) de um ataque cardíaco não relacionado com o coronavírus. Ele estava muito cansado há várias semanas", disse seu genro Bernard de Choisy.

Fica aqui, então, uma reverência a uma dos maiores nomes da história da arte e dos quadrinhos, e o desejo de longa vida à sua obra, que vai continuar inspirando e educando gerações mundo afora.