“Inovar por inovar não adianta, é preciso pensar no consumidor”, diz VP da JBL
Por Wallace Moté |
A JBL é sinônimo de caixa de som no Brasil, levando ano após ano o troféu do Prêmio Canaltech na categoria “Marca de áudio mais desejada” graças ao enorme apelo que possui com o público brasileiro. Em conversa com o Vice-Presidente de Marketing da Harman International (dona da marca JBL) para as Américas, Chris Epple, falamos um pouco mais sobre como a marca enxerga o Brasil, e quais seus planos para o país.
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Durante a conversa, Chris Epple comentou sobre a popularidade e importância das caixas de grande porte — como das linhas PartyBox e BoomBox —, a necessidade de educar o consumidor sobre poluição sonora, os investimentos da JBL em inovar sempre pensando em algo de fato útil para o consumidor, avanços na política ecológica e novidades que podemos esperar para os próximos meses.
PartyBox é a atual jóia da coroa
Wallace Moté/Canaltech: A JBL tem investido muito na parte de caixas de som portáteis como a PartyBox, que acabou de ganhar uma nova versão no Brasil, o que inclusive fez a marca virar sinônimo para a categoria em nosso país. Podemos dizer que, hoje, essa é a categoria mais importante para a JBL?
Chris Epple/Harman: A categoria das PartyBox é, provavelmente, a inovação mais emocionante que tivemos nos últimos anos. Realmente permitiu que as pessoas saíssem e se divertissem, aproveitassem a companhia umas das outras, simplesmente agradecendo por poder se reunir novamente. E até mesmo dentro de casa. É muito bom ver que a JBL nos permite celebrar não apenas nossa individualidade, mas também nosso aspecto social em relacionamentos com outras pessoas.
Teremos mais inovações chegando para a linha PartyBox este ano, melhorando ainda mais a experiência dos nossos consumidores. Toda inovação que lançamos é centrada no que é importante para os consumidores. Nós não inovamos apenas por inovar. Inovamos porque é uma necessidade dos consumidores que ainda não foi sanada. Então essas inovações que veremos na série PartyBox serão focadas em atender às necessidades dos consumidores.
Poluição sonora é coisa séria
Wallace Moté/Canaltech: No Brasil há uma certa preocupação com a poluição sonora que caixas de som super potentes ao ar livre podem causar, especialmente em ambientes de uso comum como praias e parques. A JBL tem buscado educar o consumidor sobre isso, mas há alguma ação mais incisiva que a marca poderia tomar?
Chris Epple/Harman: Obviamente a poluição sonora é um problema importante. É um problema real. É uma prioridade para a JBL resolver isso. Temos feito campanhas, especialmente em mídias sociais, para falar sobre isso. Queremos que todos se divirtam, mas de forma responsável. Celebre com seus amigos, ria, escute suas músicas, dance, mas não importune as pessoas ao redor.
Wi-Fi x Bluetooth
Wallace Moté/Canaltech: As caixas de som da JBL vêm saindo cada vez mais com Wi-Fi como alternativa ao Bluetooth, mas ainda temos vários modelos que não chegam com essa conexão. Como a JBL separa as linhas e modelos que precisam ou não de Wi-Fi?
Chris Epple/Harman: É preciso olhar para isso por dois diferentes pontos de vista. Temos obviamente todas as inovações permitidas com o uso do Wi-Fi, mas temos também a questão de preço. Um produto sem Wi-Fi vai permitir que mais pessoas consigam pagar por ele. A resposta fácil é: vamos botar Wi-Fi em tudo. Mas aí muitos consumidores não conseguiriam comprar esses produtos, e você os estaria privando de se divertir com uma JBL e experimentar o ótimo som que os produtos podem oferecer. É importante ter produtos para todos os tipos de bolsos, porque no final do dia o consumidor tem sempre que vir primeiro. E se você faz produtos que as pessoas não podem pagar, então o consumidor não está vindo primeiro.
Linha Authentics e a moda retrô
Wallace Moté/Canaltech: Vimos o lançamento da série Authentics com uma pegada mais retrô. Como tem sido a aceitação dessa linha? Há a intenção de ampliar a linha com outros tipos de produtos, quem sabe fones de ouvido?
Chris Epple/Harman: Olha, essa é uma ótima ideia! A série Authentics está chegando ao mercado agora, e nenhum lançamento de linha nova pode fazer tudo de uma vez. Estamos vendo sua aceitação e disponibilizando os produtos já anunciados no mercado. Estamos ansiosos para ver até onde ela vai. O design é lindo, o que faz dela uma peça de decoração dentro de casa. É uma peça de design tanto quanto uma caixa de som com ótima qualidade de áudio e tecnologias inovadoras. Por enquanto temos uma linha bem estabelecida, com opções em pequeno, médio e grande porte, com bateria e sem bateria, com e sem Dolby Atmos… É difícil pensar em muitas frentes ao mesmo tempo, então acho que o mais certo seria continuar focando nos produtos para casa e entregar a melhor experiência para casa possível. Provavelmente teremos uma extensão para a linha de toca-discos, que também se encaixa nisso, mas headphone é um pouco mais difícil.
Fone com tela no estojo
Wallace Moté/Canaltech: Falando agora sobre fones, uma grande novidade da marca que vem se popularizando foi a ideia de incluir uma tela na caixa de carregamento dos fones TWS, algo que começou com a linha Tour mais premium e agora já aparece também na série Live, bem mais acessível. De onde surgiu isso e qual exatamente é a ideia da JBL com essa tela?
Chris Epple/Harman: A tela é uma inovação, mas o porquê dela existir gira em torno de personalização. Todos nós ouvimos o som de forma diferente, provavelmente temos papéis de parede diferentes, eu por exemplo tenho uma foto da minha família, mas todos temos nossas preferências pessoais. E a realidade é que a tecnologia nos permitiu customizar a experiência tanto de ouvir quanto de visualizar exatamente da forma que mais agrada cada um. E eu acho que isso é de suma importância, porque quando você olha para a Geração Z, e mesmo a Geração Alpha, todos são basicamente focados em: “eu quero do meu jeito”. Eu quero o som do meu jeito, eu quero ligar meu programa de TV na hora que eu quiser assistir, tudo é centrado na experiência do consumidor, e a tecnologia permitiu isso. E o que eu quero é ver isso chegando a ainda mais faixas de preço.
JBL no Prêmio Canaltech
Wallace Moté/Canaltech: A JBL vem acumulando estatuetas do Prêmio Canaltech ano após ano como marca mais desejada de áudio, mostrando que está de fato com seu lugar marcado na mente do consumidor brasileiro. A que você atribui esse sucesso tão marcante, e, virando um pouco o jogo, qual a importância do público brasileiro para a JBL como um todo?
Chris Epple/Harman: O Brasil é um mercado incrivelmente importante para a JBL a nível global. Eu sinto que a JBL está muito conectada aos consumidores, algo visto com o market share e a posição que temos, e eu sempre bato na tecla de que esse sucesso se dá por colocar o consumidor em primeiro lugar. Não apenas criar produtos por criar, mas pensar no que é importante para o consumidor, entregando inovação e a nossa mensagem. Inovação está em coisas como a linha Authentics, o display no estojo dos fones, a PartyBox, mas a mensagem é o combate à poluição sonora, é responsabilidade ambiental. Nós acreditamos em construir o que achamos que é certo, mas com base no que os consumidores precisam e fazendo de forma responsável. É uma marca que se preocupa em crescer, e crescer também com a próxima geração. Nós amamos a Geração Z, mas não podemos esquecer da Geração Alpha, eles já estão por aí e precisamos ser a marca que eles escolherão também.
Responsabilidade Ambiental
Wallace Moté/Canaltech: Você comentou sobre a responsabilidade ambiental na hora de criar os produtos. Pode falar um pouco mais sobre os objetivos e metas da JBL para os próximos anos?
Chris Epple/Harman: A JBL, como uma empresa do grupo Harman International, obedece às mesmas diretrizes ambientais. A meta é se tornar uma empresa neutra em emissões de carbono até 2040. Para alcançar isso precisamos fazer mudanças, como as embalagens sem plástico, recolhimento de baterias, uso de materiais reciclados nos produtos. Tudo no que diz respeito a como trabalhamos e operamos, estamos buscando melhorar em todos os níveis. É um comprometimento desde o topo até a base, em todos os níveis, globalmente.
JBL e o setor automotivo
Wallace Moté/Canaltech: Outra categoria que tem ganhado bastante atenção da JBL é a de som automotivo, incluindo desde centrais completas até módulos individuais para turbinar o som do carro, barco ou outros tipos de veículos. Com veículos saindo de fábrica com sistemas cada vez mais robustos, como a JBL espera se destacar e convencer o consumidor de que vale a pena comprar algo “por fora” para instalar?
Chris Epple/Harman: Acho que é a mesma resposta para qualquer categoria de produto. Se nós inovamos só por inovar, ninguém vai se importar, então precisamos pensar sempre no que os consumidores precisam e querem em termos de experiência ao volante. E isso inclui não apenas a forma como engajar todos com uma experiência legal de som, mas também como fazer isso de forma segura e consciente. Claro, sempre vamos garantir que a qualidade de som é ótima, temos 77 anos de experiência nisso e sempre vai ser nossa prioridade, mas em um carro a segurança também é de suma importância, então temos que ser muito responsáveis com o que criamos. Acredito que é isso, excelência em áudio com segurança. Atualmente estamos em cerca de 50 milhões de carros, e claro que queremos aumentar isso, mas fazendo de uma forma que você vai querer, eu vou querer, todos vão querer. Algo de acordo com as necessidades e desejos de todos. E isso a nível Harman como um todo, incluindo logicamente a JBL.
Auracast para todos animar
Wallace Moté/Canaltech: Falando sobre o Auracast, que é uma tecnologia que vem causando bastante animação por permitir maior integração entre os produtos e ambientes. Como está o avanço na adoção da JBL dentro de seu portfólio?
Chris Epple/Harman: Auracast é uma tecnologia ótima que vale ser mencionada. Ela permite que você conecte todos os seus produtos, e isso é muito importante para nós como marca. Nem todo mundo tem o produto enorme super premium de milhares de reais, mas às vezes você tem três de tamanhos diferentes, e o Auracast permite conectar todos perfeitamente. E eu acho importante que nós possamos abrir para que todos possam comprar nossos produtos, independente da faixa de preço, e conectá-los entre si para criar um ambiente incrível.