Walmart revela interesse na compra do TikTok e pode ter ajuda da Microsoft
Por Felipe Ribeiro |
Quem vai comprar o TikTok? Bem, essa é a pergunta que mais tem sido feita nas últimas semanas depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou banir a empresa do mercado americano. Como condicionante para permanecer, a ByteDance, detentora do app, precisa vendê-lo para uma empresa americana, o que, claro, gerou o interesse das gigantes da tecnologia.
- Mark Zuckerberg conversou com Donald Trump sobre barrar TikTok em 2019
- TikTok contra-ataca e processa o governo dos Estados Unidos
A bola da vez, no entanto, não está relacionada primariamente a uma empresa do ramo de tecnologia, mas sim, do varejo. O Walmart deseja adquirir o TikTok e, para isso, cogita até uma parceria com a Microsoft para fazer este movimento. De acordo com o portal CNBC, as cifras que poderiam ser desprendidas para esse negócio giram na casa dos US$ 30 bilhões, mais até do que a Oracle ofereceu à ByteDance, algo na casa dos US$ 20 bilhões.
Detalhes de como as duas empresas dividiriam a posse do aplicativo ainda não foram explicados, mas, pelo que o porta-voz do Walmart, Randy Hargrove, deu a entender, a varejista poderia ser a majoritária neste negócio. Essa aquisição, aliás, viria em um momento importante para o Walmart, uma vez que a empresa tenta, a todo custo, competir com a Amazon. Um dos passos, inclusive, seria lançar um serviço parecido como Amazon Prime, chamado de Walmart+, que deve chegar em breve.
"Acreditamos que um relacionamento potencial com a TikTok dos EUA em parceria com a Microsoft poderia adicionar esta funcionalidade chave e fornecer ao Walmart uma maneira importante de alcançarmos e atendermos clientes omnichannel, bem como expandir nosso mercado de terceiros e negócios de publicidade. Estamos confiantes de que uma parceria entre o Walmart e a Microsoft atenderia às expectativas dos usuários do TikTok dos EUA e, ao mesmo tempo, atenderia às preocupações dos reguladores do governo norte-americano", disse o Walmart, em comunicado.
Novela deve durar até novembro
Com o decreto assinado pelo presidente Trump em 6 de agosto, começou a corrida pela compra do TikTok nos Estados Unidos. Ele deu 90 dias para que os ativos do app fossem comprados, em especial em países como Austrália, Canadá, Estados Unidos e Nova Zelândia. Acusado de espionagem e de ter um relacionamento próximo com o Partido Comunista Chinês, o TikTok está na mira das autoridades americanas há algum tempo.
A preocupação do governo, aliás, faz sentido se observarmos o tamanho do app por lá. De acordo com dados da empresa de inteligência Sensor Tower, o TikTok foi baixado quase 194 milhões de vezes nos EUA, o que representa 8,2% do total de downloads do app, incluindo sua versão chinesa, Douyin. Os EUA também responderam por quase US$ 111 milhões, ou 13%, da receita total de US$ 840 milhões ao aplicativo.
Fonte: TechCrunch, CNBC