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Volume de fusões e aquisições no mercado brasileiro já supera todo o ano de 2020

Por| Editado por Claudio Yuge | 06 de Julho de 2021 às 13h00

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Envato/twenty20photos
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O apetite das empresas por fusões e aquisições anda aguçado no Brasil. A consultoria Dealogic, que coleta dados do mercado financeiro, aponta que já foram realizadas até o momento neste ano US$ 52,1 bilhões (algo como R$ 265 bilhões) em operações do tipo. Isso supera o valor de todo o ano passado, que foi de US$ 45,9 bilhões (cerca de R$ 233 bilhões).

Uma das empresas envolvidas nesse movimento é a varejista Renner, que já analisa ativos para aquisição após reforçar o caixa com cerca de R$ 4 bilhões (pouco mais de R$ 20 bilhões). A expectativa é que a companhia aprofunde sua atuação no mundo digital.

No segmento financeiro, o Nubank obteve aporte de US$ 750 milhões (aproximadamente R$ 3,8 bilhões) liderado pelo Berkshire Hathaway, de Warren Buffett. Já o Ebanx vendeu parte de sua operação para o fundo americano Advent. Paralelamente, o BTG Pactual e a XP anunciam compras frequentemente.

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Segundo Bruno Amaral, sócio do BTG Pactual responsável por M&A (fusões e aquisições), as operações de compra começaram a sair do papel no fim do ano passado. Isso porque, com a maior distribuição de vacinas contra a COVID-19, o mercado pôde começar a vislumbrar a redução dos efeitos da crise sanitária na economia. "Teremos um volume extraordinário neste ano, com o efeito do represamento de operações no ano passado e da grande liquidez nos mercados", diz.

Roderick Greenless, responsável global do Itaú BBA, avalia que o salto nas aquisições tem relação com o aumento do número de empresas presentes na bolsa de valores — que cresceu no país graças à baixa taxa básica de juros. Além de terem acesso a capital e investidores, essas companhias podem usar ações como moeda de troca, o que facilita as negociações. "Quem está com dinheiro em caixa, está indo às compras", aponta Felipe Thut, responsável pelo Bradesco BBI.

Mudanças afetaram necessidades

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Uma análise feita pela MZ nos comunicados das empresas de capital aberto entregues à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) mostra que, no acumulado do ano, o número de documentos referentes a aquisições subiram 17% em comparação com 2020. O setor de tecnologia foi o líder em anúncios.

Para Vinicius Marques de Carvalho, professor na Faculdade de Direito da USP e sócio do VMCA, as mudanças trazidas pela pandemia afetaram as necessidades das organizações. "A crise radicalizou tendências e transformações estruturais, tanto na produção quanto no consumo", afirma o especialista, que já foi presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Na JK Capital, o número de transações em curso atingiu o maior volume da história da instituição: há 60 operações na mesa, 20% a mais do que a média dos últimos anos. Saulo Sturaro, sócio da assessoria, conta que teve de ampliar a equipe para dar conta do trabalho. Ele destaca os setores de saúde, logística e tecnologia como responsáveis pela tendência de aquecimento do mercado.

Um levantamento global da consultoria EY indica que 95% dos alvos de aquisições admitem que deveriam ter vendido o negócio antes. Fabio Schmitt, da EY, diz que o tema é recorrente. "As empresas devem sempre fazer uma avaliação de seu portfólio", diz. A consequência de vender tarde demais é um valor mais baixo na negociação.

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Fonte: Revista PEGN