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Qualcomm tem interesse em comprar parte da Arm, diz jornal

Por| Editado por Claudio Yuge | 01 de Junho de 2022 às 14h20

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Vishnu Mohanan/Unsplash
Vishnu Mohanan/Unsplash
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A fabricante norte-americana Qualcomm quer comprar uma participação na Arm, de acordo com reportagem do Financial Times. A ideia é criar um consórcio que manteria a neutralidade da empresa de semicondutores neste mercado, já que a Arm fornece sua arquitetura de chips para diversas empresas. Por isso outros rivais da Qualcomm também estão interessados em obter ações da companhia britânica.

A Arm tem despertado interesse de outras gigantes há algum tempo. Em 2020, a Nvidia disse que iria adquirir a Arm por US$ 40 bilhões (R$ 189 bilhões). Depois, a compra foi reavaliada em US$ 66 bilhões (R$ 312 bilhões). Mas em fevereiro deste ano, a Nvidia confirmou ter desistido de concluir a compra. Em março, foi a vez da sul-coreana SK Hynix dizer que estuda a possibilidade de comprar a empresa britânica ao lado de um consórcio com "parceiros estratégicos".

O conglomerado japonês SoftBank, atual controladora da Arm, deve listar a empresa na Bolsa de Valores de Nova York, mas o movimento tem preocupado analistas por conta de sua importância no setor de tecnologia. O brasileiro Cristiano Amon, executivo-chefe da Qualcomm, disse que sua empresa poderia unir forças com outros fabricantes para comprar a Arm imediatamente se o consórcio fosse "grande o suficiente".

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"Somos uma parte interessada em investir", disse Amon ao Financial Times. "É um ativo muito importante e que será essencial para o desenvolvimento da nossa indústria." Tal movimento poderia resolver preocupações sobre o controle corporativo da Arm após o IPO (abertura de capital) da Arm. "Você precisaria ter muitas empresas participando para que elas tenham um efeito líquido de que a Arm é independente", disse ele.

Arm, um patrimônio britânico

A Arm já abriu suas ações em Londres e na Nasdaq, a segunda Bolsa de Nova York, antes do SoftBank adquiri-la por 24,6 bilhões de libras (R$ 116 bilhões) em 2016. O negócio também gerou discussão sobre a posse da maior empresa de tecnologia mais da Grã-Bretanha sendo controlada por empresários estrangeiros.

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Por anos a Arm vem realizando acordos de licenciamento de suas arquiteturas de chip para outras empresas do mundo todo de forma isenta, o que levou ao seu crescimento. Alguns políticos do Reino Unido pediram ao governo do país que comprasse uma "ação de ouro" na Arm, ou seja, que adquirisse uma participação na empresa para que o poder público tivesse algum controle acionário sobre ela. Enquanto isso não ocorre, o IPO da empresa na Bolsa de Nova York deve acontecer em algum momento.

Amon disse que a Qualcomm não havia acertado ainda com a SoftBank sobre comprar ações na Arm. Segundo ele, o grupo japonês estava tentando resolver um impasse na filial da Arm na China. Allen Wu, o CEO chinês da empresa e dono de algumas de suas ações, se desentendeu com a matriz no Reino Unido e com o SoftBank. Registros oficiais recentes chineses mostram agora que Wu foi desligado da companhia, o que abriria caminho para o IPO da Arm nos EUA.

Fonte: Financial Times (via Ars Technica)