Faraday Future recebe aporte de US$ 600 milhões de empresa de jogos da China
Por Wagner Wakka |
A Faraday Future está prestes a tirar o pé da cova e retomar seus negócios. Em profunda crise e dívidas desde o ano passado, a empresa agora recebeu aporte de US$ 600 milhões da chinesa The9 Limited para conseguir tirar do papel um novo carro até 2020.
O sistema acontece em regime de joint venture, em que elas dividem 50% das receitas. A The9 é conhecida por desenvolver trabalhos voltados a jogos mobile na China, mas agora resolveu ingressar no mercado de carros elétricos.
A negociação é para que a Faraday Future construa um novo carro totalmente voltado ao mercado chinês até o ano que vem, o qual será chamado de V9. O novo modelo tem como base o FF91 e também deve ser um SUV luxuoso com motor elétrico. Segundo informações da The9, a expectativa é de fazer 300 mil carros por ano já em 2020.
Contudo, isso não significa que a Future Faraday vai abandonar seu projeto atual, o qual ainda está apenas na promessa. Comunicado da The9 aponta investimentos iniciais de US$ 5 milhões para que a Faraday Future ajeite suas contas. A fabricante já disse que o novo aporte ajudará a iniciar a produção do FF91 ainda em 2019.
Apesar das negociações, os US$ 600 milhões estão sob aprovação de “satisfação de fundos”. Ou seja, a The9 deve esperar para ver como a Faraday Future se comporta antes de liberar todo investimento.
A empresa é uma conhecida publicadora de games online na China. Ela já foi detentora dos direitos de World of Warcraft na região, mas os perdeu em 2009 para a Tencent junto com os acordos da Activision-Blizzard. Atualmente, ela está mais voltado ao negócio de blockchain e é avaliada em US$ 100 milhões.
Quase falência
A Faraday Future, assim, consegue um respiro para o momento delicado em que estava inserida. A companhia anunciou na semana passada a venda de seu escritório em Los Angeles com o intuito de pagar algumas dívidas mais urgentes. No começo do mês, também disse a seus funcionários que eles não voltariam de férias coletivas no final do ano, já que não havia como pagar pela mão de obra.
Criada em 2014, a Faraday Future foi a promessa de concorrente da Tesla que se transformou em fiasco. Em 2016, ela anunciou 64.100 reservas do recém-apresentado SUV FF 91, quando na verdade esse número era de apenas 60.
Tal escândalo veio à tona em novembro, quando dois executivos da companhia abandonaram seus cargos. A empresa também mandou todos os funcionários contratados até maio de 2018 para casa sem remuneração.
O problema é que a companhia contava somente com US$ 18 milhões em caixa para suprir uma dívida de US$ 59 milhões com fornecedores. Com isso, ela pediu um adiantamento para o Evergrande Group de US$ 1,2 bilhão, acordo que terminou em processo no Tribunal do Distrito Central da Califórnia, nos EUA. A Faraday Future alega que a investidora está forçando a falência antecipada da companhia.
Os novos investimentos ainda não modificam os processos nos quais a montadora está envolvida.
Fonte: MarketWatch