Após fechar lojas, Livraria Cultura pede recuperação judicial
Por Wagner Wakka | 25 de Outubro de 2018 às 15h17
A Livraria Cultura pediu recuperação judicial. A empresa informou que nesta quarta-feira (24) entrou com um pedido para tentar reverter um cenário de negativo interno, causado por conta de um ambiente nacional adverso e crise no mercado. A Livraria Cultura alega que o setor editorial encolheu 40% desde 2014.
"Com essa medida (de recuperação judicial) visamos normalizar, em curto espaço de tempo, compromissos firmados com nossos fornecedores, preservando a saúde da empresa criada por Eva Herz em 1947, a manutenção de empregos e gerando mais estímulo para crescer", informou a empresa.
A livraria tem adotado uma série de medidas de contenção de gastos neste ano. A última notícia foi do fechamento da rede Fnac no Brasil, marca comparada em 2017 pela Livraria Cultura. Funcionários das lojas fechadas em todo Brasil reclamam de falta de pagamentos de direitos trabalhistas. Ao todo, ao devolver a marca para a rede francesa de livrarias, a Cultura cobrou R$ 130 milhões.
Além disso, a Cultura também fechou a unidade do centro do Rio de Janeiro, considerada uma das mais icônicas da marca.
O Valor Econômico apurou que a companhia atualmente tem dois pedidos de despejo devido à falta de pagamento, além de um total de 11 processos abertos no Tribunal de Justiça de São Paulo. No total, tais processos somam uma dívida de R$ 1,76 milhão.
Em relação ao despejos, ambos são em São Paulo. O primeiro fica localizado no fórum da Lapa, no valor de R$ 1,5 milhão. Já o segundo, cuja endereço não foi especificado, está com dívidas no valor de R$ 50 mil.
Segundo levantamento da Nielsen, divulgado pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel), o mercado de livros registrou alta de 9,97 % no primeiro semestre de 2018 em comparação com o mesmo período do ano passado. Ainda, o volume de vendas foi 5,24% maior no período. Mesmo assim, a Livraria Cultura informa que o resultado não foi suficiente para segurar as finanças.