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Acionistas da Tesla querem que Elon Musk devolva US$13 bilhões à empresa

Por| Editado por Claudio Yuge | 20 de Janeiro de 2022 às 13h40

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Em uma ação judicial de US$ 13 bilhões (R$ 71,5 bilhões), acionistas da Tesla pedem a Joseph Slights, vice-chanceler do Tribunal de Chancelaria de Delaware, que conclua que o conselho de administração da empresa foi coagido por Elon Musk a fazer um acordo para a aquisição da SolarCity em 2016. O grupo quer que Musk devolva as ações da Tesla que recebeu na operação.

Randy Baron, advogado dos acionistas, diz que o acordo parece ter sido um resgate financeiro orquestrado por Musk. Isso porque a SolarCity, da qual o empresário era o principal acionista, passava por dificuldades. Em julho, durante um julgamento de 10 dias, Musk defendeu a operação. Segundo ele, o negócio era parte de um plano de uma década para criar uma empresa que transformaria a geração e o consumo de energia com os painéis solares da SolarCity e os carros e as baterias da Tesla.

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Em uma audiência na terça-feira (18), o advogado Evan Chesler, que representa Musk, informou que o acordo não era um resgate, já que as finanças da SolarCity se assemelhavam às de outras empresas de tecnologia de alto crescimento. O acordo foi avaliado em US$ 2,6 bilhões (R$ 14,3 bilhões) em 2016 — mas depois disso o preço das ações da Tesla cresceu bastante. Mesmo assim, Musk afirma que US$ 13 bilhões é pelo menos cinco vezes mais que o valor de processos semelhantes.

Quando adquiriu a SolarCity, a Tesla se preparava para lançar o Model 3 — destinado ao mercado de massa, o veículo foi fundamental para o sucesso da companhia. Para os acionistas, o acordo com a SolarCity sobrecarregou a Tesla, já que a empresa tinha muitas dívidas. Musk diz que recusou participar das negociações de preço da SolarCity.

Musk insultou advogados

O advogado Lee Rudy, que representa os acionistas, diz que o juiz Slights deve considerar o desprezo de Musk pelo depoimento e pelo julgamento — ele repetidamente brigou e insultou os advogados dos acionistas. Segundo Rudy, seria uma sorte inesperada se Musk ficasse com as ações — que ele nunca deveria ter recebido.

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Chesler, por sua vez, diz que o pedido é "absurdo" e ignora cinco anos de sucesso sem precedentes na Tesla. Para os acionistas, Musk era um acionista controlador (apesar de ser proprietário de apenas 22% da Tesla), pois tinha laços com integrantes do conselho e postura dominadora. Se eles puderem provar isso, há mais chances de a Justiça concluir que a transação foi injusta para os acionistas.

Os advogados de Musk alegam que ele não tinha poder para despedir diretores nem controlar seus salários. "Sem Musk, a Tesla poderia nem existir, imagine ter valor de mercado de US$ 1 trilhão", comenta Vanessa Lavely, outra advogada do empresário. "Isso não faz dele controlador. Faz dele um CEO altamente eficiente."

O juiz Slights encerrou a audiência dizendo que pretende ter uma decisão em cerca de três meses. Ele anunciou, na semana passada, que pretende se aposentar nos próximos meses e, por isso, um processo relacionado ao pacote de remuneração de Musk foi transferido para outro juiz.

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Fonte: Reuters