Publicidade
Economize: canal oficial do CT Ofertas no WhatsApp Entrar

Plataforma da USP apresenta sons históricos e obras não ouvidas de artistas

Por| 31 de Janeiro de 2020 às 18h50

Link copiado!

Marcos Santos/ USP
Marcos Santos/ USP

Em esforço para democratizar a produção universitária e ampliar o acesso do público a seu acervo, a Universidade de São Paulo (USP), via iniciativa do Núcleo de Pesquisas em Sonologia (NuSom), lança o selo fonográfico Berro, no Bandcamp — plataforma online voltada na divulgação de música independente.

Com a coordenação do professor da ECA, Fernando Iazzetta, o selo Berro tem como objetivo disponibilizar “barulhos não escutados, paisagens sonoras diferentes, músicas desconhecidas e sons históricos”, como descrito na página inicial do projeto. Em outras palavras, o objetivo é divulgar para um maior número possível de usuários gravações de artistas brasileiros modernos e contemporâneos, presentes no acervo da USP. 

“A ideia é que seja algo bem despojado, servindo inclusive para publicar material que não tem apelo comercial”, explica o professor Iazzetta. “Estamos tentando resgatar coisas que achamos importantes culturalmente. Dar um grito para que essas músicas e artes sonoras sejam ouvidas”, completa o professor sobre a importância da iniciativa.

Continua após a publicidade

Está no ar

A primeira leva de material disponibilizado pelo Berro foi o álbum Make it Heard, divido em três volumes, que apresenta ao todo 26 sons, desenvolvidos entre os anos de 1968 e 2019. Com essa primeira seleção, o projeto busca trazer uma dimensão histórica e artística da produção brasileira na arte sonora.

É uma compilação de materiais da produção sonora brasileiras, em áreas como improvisação, instalação, construção de instrumentos, arte performática, música eletroacústica, poesia e experimentação vocal. Um material que pode ser uma completa viagem, caso não entenda se minimamente do assunto.

No primeiro volume, por exemplo, estão presentes 11 obras, incluindo um som desenvolvido pelo escultor carioca Cildo Meireles. Além do campo acústico, nos anos 90, Cildo criou a obra Babel, feita com rádios sintonizados em diferentes estações que formam uma torre. Exibida pela primeira vez na Finlândia, a obra começa com os rádios dos anos 20 e termina com versões mais atuais do aparelho.

Continua após a publicidade

Já o segundo volume traz dez obras, como o Poema de Repetição, do artista pernambucano Paulo Bruscky, que é uma de suas muitas poesias sonoras. Por exemplo, durante a 29ª Bienal de São Paulo, em 2010, o artista apresentou a performance Concerto Celulasonial, composto pelos sons de 100 celulares tocando ao mesmo tempo. 

“A ideia é mostrar um conteúdo com repertório que raramente está disponível de maneira organizada como essa”, explica Iazzetta. “No site, nós publicamos informações sobre cada trabalho, ao lado de uma pequena biografia do artista, e é possível relacionar o trabalho de um artista com o de outro”, complementa sobre o que o usuário poderá encontrar. Infelizmente, as legendas do material postado estão todas em inglês.

Fonte: Jornal da USP