Publicidade

Deezer lança sistema que identifica músicas geradas integralmente por IA

Por  | 

Compartilhe:
Divulgação/Deezer
Divulgação/Deezer

A Deezer anunciou nesta sexta-feira (20) que lançou o primeiro sistema sistema de identificação por Inteligência Artificial do mundo para streaming de música. Na prática, isso significa que seus usuários agora saberão quais álbuns da plataforma contêm faixas integralmente geradas por IA.

Em janeiro, o serviço de música já havia implementado uma ferramenta que detectava conteúdos sintéticos.

Na época, a plataforma descobriu que quase um quinto (18%) de todo o conteúdo musical enviado diariamente ao seu catálogo (mais de 20 mil faixas) era 100% gerado por esse tipo de tecnologia.

Canaltech
O Canaltech está no WhatsApp!Entre no canal e acompanhe notícias e dicas de tecnologia
Continua após a publicidade

Embora a fração corresponda a 0,5 do seu catálogo total, a Deezer contou ter identificado que a maior parte dessas faixas têm resultados fraudulentos, com até 70% dos streams sendo falsos.

Nesses casos, assim como acontece com quaisquer músicas em que seja detectada a manipulação de plays, a plataforma exclui as execuções dos cálculos de repasse de royalties, embora as canções permaneçam na plataforma.

Sistema é capaz de detectar diversos modelos generativos

Além da Deezer se comprometer a excluir as faixas 100% geradas por IA das suas recomendações algorítmicas e editoriais, a sua nova ferramenta de detecção promete trazer ainda mais transparência aos usuários da plataforma, que poderão escolher ouvir uma canção, sabendo de sua criação sintética.

Segundo a empresa, o sistema tem capacidade de identificar conteúdos gerados a partir de modelos populares de criação musical como Suno e Udio, mas também conta com potencial de adaptação para outros modelos semelhantes, desde que haja acesso a exemplos de dados relevantes.

“Dedicamos atenção especial à redução de falsos positivos antes de implementar nosso detector em funcionamento. Para validar a eficácia do sistema, analisamos um catálogo musical anterior ao surgimento dos modelos generativos. Isso nos permitiu confirmar que a taxa de falsos positivos era praticamente nula”, revelou Aurélien Hérault, Chief Innovation Officer da Deezer, em entrevista exclusiva ao Canaltech.

A mudança surge em um momento delicado do mercado musical em que, assim como em outras áreas de entretenimento, os limites do uso da IA vêm sendo debatidos.

Continua após a publicidade

Segundo dados revelados pela CISAC em parceria com a PMP Strategy, até 25% da receita dos criadores pode estar em risco até 2028 devido ao aumento das músicas geradas pela tecnologia. Embora a Deezer afirme que a maioria de suas faixas integralmente sintéticas sequer sejam reproduzidas, as músicas de IA contribuem para a diluição do catálogo e para atividades irregulares.

“Neste momento, nosso foco é entender melhor esse fenômeno e o modo como ele vem sendo consumido. Não somos contra a música criada por inteligência artificial, mas nos posicionamos contra usos abusivos, como a produção em massa ou exploração indevida”, esclareceu Aurélien Hérault ao Canaltech.

Atualmente, a Deezer é a única plataforma de streaming a assinar a declaração global sobre o uso de IA em treinamentos.