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WeWork realiza nova rodada de demissões. E usa o Zoom para isso

Por| 01 de Maio de 2020 às 21h30

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A fase da WeWork - empresa de aluguel de escritórios compartilhados - não é boa desde o ano passado, quando foram descobertos inúmeros problemas financeiros, que culminaram na demissão de seu cofundador e CEO, Adam Neumman e a desistência em fazer o IPO da companhia na bolsa. E a pandemia da COVID-19, definitivamente, não está ajudando a startup, que demitiu uma nova leva de funcionários na última quinta-feira, algo que pode continuar no próximo mês. O número total de dispensados desse último corte não foi comunicado aos funcionários, afirmaram envolvidos no processo.

Além das demissões desta última quinta-feira, a empresa também cortou 74 posições em San Francisco no início dessa semana. As demissões atingiram departamentos que vão desde o gerenciamento de edifícios até funções corporativas, informou o San Francisco Business Times.

Segundo o site Business Insider, foram vários os departamentos atingidos, de operações comerciais a vendas e produtos, incluindo design. E, no melhor estilo Amor sem Escalas (veja vídeo abaixo), as demissões ocorrram por meio de videochamadas do Zoom.

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Assim como aconteceu no filme estrelado por George Clooney e Anna Kendrick, as demissões foram feitas a partir de roteiros que eram seguidos por executivos dos departamentos, ao anunciar os cortes para suas respectivas equipes. A seguir, segundo relato das pessoas que foram despedidas - mas que falaram sob condição de anonimado por causa de acordos de confidencialidade - os líderes destes departamentos encaminhavam os funcionários para o departamento de Recursos Humanos.

Cortes além-mar

Para além dos EUA, a WeWork também está planejando cortes na Europa. E o Reino Unido pode ser um dos primeiros. A empresa informou alguns funcionários em Londres, na última quinta-feira (30/4) que está iniciando o processo de consulta de 45 dias exigido pela lei trabalhista britânica. No entanto, e ainda não está claro quais serão os os departamentos afetados e quantos colaboradores serão atingidos.

Os cortes mais recentes vêm na mesma onda de demissões executadas pela WeWork em novembro do ano passado, quando o seu IPO fracassou e obrigou a companhia a eliminar milhares de postos. Ainda de acordo com a Business Insider, os funcionários demitidos nessa semana receberam a mesma indenização dos afetados pelos cortes anteriores : quatro meses de salário e benefícios.

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O atual CEO da empresa, Sandeep Mathrani, já havia sinalizado aos funcionários em uma reunião geral no início deste mês que adotaria um processo semelhante ao que fora feito em novembro do ano passado. Além disso, ele teria afirmado que essa nova leva de demissões só terminaria no final de maio. "Quero fazer (apenas) uma vez e saber que temos uma empresa com a qual todos podemos avançar", disse Mathrani.

Contatada, a WeWork, por meio de um porta-voz, afirmou ao Business Insider: "Enquanto o WeWork continua a executar seu plano estratégico de cinco anos, estamos realinhando certas funções e equipes para refletir nossas prioridades de negócios". O representante da empresa se recusou a fazer outros comentários.

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Escritórios não devem ser fechados

Além da WeWork, boa parte de seus concorrentes também está sendo atingido pela pandemia do novo coronavírus. Empresas como Convene, Industrious e Knotel demitiram um total de 435 funcionários. A crise da COVID-19 vem paralisando o mercado imobiliário e diminuindo a demanda por escritórios, que ficam vazios e sem gerar receitas para as empresas que administram os empreendimentos.

Recentemente, os executivos da WeWork haviam projetado publicamente a confiança em resistir à pandemia. Em uma carta de divulgada em março aos investidores, foi assegurado que a empresa possui US$ 4,4 bilhões em caixa no início de 2020, valor suficiente para executar seu plano de cinco anos.

O SoftBank, maior investidor - e controlador - da WeWork, descartou no início deste mês uma compra planejada de US$ 3 bilhões em ações da WeWork junto a outros investidores e funcionários, incluindo o ex-CEO Adam Neumann. A decisão também provavelmente significa que a WeWork não seria mais capaz de obter uma linha de crédito de US$ 1,1 bilhão junto conglomerado japonês, uma vez que o financiamento da dívida estava condicionado ao SoftBank concluir seu plano de compra de ações.

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As empresas que contaram com investimentos do SoftBank cortaram mais de 3.300 funcionários em 2020 , com muitas dessas demissões ocorrendo antes da pandemia.

Com a quase paralisação dos prédios administrados pela WeWork por causa da COVID-19, no início de abril, o provedor terceirizado de manutenção da empresa cortou parte de sua equipe de limpeza, mesmo que os edifícios permaneçam abertos durante a pandemia. Não ficou claro, no entanto, exatamente quantos desses funcionários contratados foram demitidos. Ainda assim, todos os colaboradores que traziam o título "associado de serviço comunitário" foram demitidos.

O site oficial da WeWork informa que não fechou nenhuma de suas unidades nos EUA devido ao coronavírus. A página explica que, como alguns de seus membros são essenciais e a WeWork fornece serviço de correio, entre outras funções essenciais, eles poderiam permanecer abertos. Ainda assim, empreendimentos que têm contrato com a WeWork ainda deveriam pagar aluguel do espaço, mesmo que sejam negócios não essenciais e que não possam realmente entrar nas instalações.

Fonte: Business Insider