Usuários do Facebook começam a receber valores por vazamento de dados
Por Marcelo Fischer Salvatico |

A Meta começou neste mês o pagamento aos usuários que tiveram seus dados vazados entre 2007 e 2022, e os valores não impressionam. De acordo com relatos do portal The Verge, algumas pessoas que solicitaram sua “indenização” receberam entre US$ 5 e US$ 38.
- Mark Zuckerberg processou Mark Zuckerberg? Entenda ação de advogado contra Meta
- Contratação de jovens no setor de TI na Índia cai 70% com avanço da IA
Estes pagamentos são referentes à um acordo judicial de privacidade contra a Meta, sobre diversos casos de vazamento de dados de usuários do Facebook, como o do escândalo Cambridge Analytica.
Depois de receber diversos processos de usuários alegando violação de privacidade, a empresa concordou em pagar um total de US$ 725 milhões (cerca de R$ 3,85 bilhões na cotação atual) para resolver as ações judiciais nos Estados Unidos, porém, sem necessariamente admitir culpa.
O montante serviu para pagar as taxas legais e custos administrativos, e, o restante, seria distribuído entre usuários elegíveis para requisição. Qualquer pessoa que tivesse uma conta ativa no Facebook, nos EUA, entre 24 de maio de 2007 e 22 de dezembro de 2022 poderia solicitar o pagamento até agosto de 2023.
A distribuição do dinheiro ocorrerá em 10 lotes, que começaram a ser pagos neste mês de setembro. Membros do portal The Verge solicitaram o pagamento, e relataram que receberam desde US$ 5 (cerca de R$ 26) até US$ 38,36 (cerca de R$ 203).
O quanto cada pessoa receberá varia de acordo com o tempo que foi usuário do Facebook entre 2007 e 2022. Ou seja, quem recebeu valores próximos de US$ 38 provavelmente foi usuário da rede social por todo o período em questão.
Vale ressaltar que apenas pessoas nos EUA puderam solicitar o pagamento.
O que foi o escândalo Cambridge Analytica?
O caso do Facebook com a Cambridge Analytica foi um dos maiores escândalos de vazamento de dados da história da internet.
Em 2014, um pesquisador criou um aplicativo de testes de personalidade, como vários que existiam no Facebook na época, e, para fazer o teste, era necessário permitir a coleta de dados.
Porém, a API da rede social na época permitia que, além dos dados de quem fazia o teste, o app coletou também informações de todos os amigos do perfil. Algumas centenas de milhares de pessoas usaram o app, e cerca de 87 milhões tiveram seus dados obtidos sem permissão.
Estes dados coletados foram entregues à empresa Cambridge Analytica, que os utilizou para criação de perfis altamente detalhados de eleitores para direcionar propaganda política segmentada.
A empresa trabalhou tanto na campanha presidencial de Donald Trump em 2016 quanto nas campanhas do Brexit (saída do país da União Europeia) no Reino Unido.
O caso veio à tona em 2018 após reportagens do The Guardian e do The New York Times revelarem o esquema. O CEO do Facebook (agora Meta), Mark Zuckerberg, teve de depor no Congresso dos EUA e também no Parlamento europeu.
O Facebook foi multado em US$ 5 bilhões pela Comissão Federal de Comércio (FTC) dos EUA e também concordou com acordos, como o que resultou nos pagamentos atuais. Já a Cambridge Analytica declarou falência e encerrou suas operações em 2018.
Veja também:
- As 25 empresas mais buscadas pelos brasileiros no Google em 2025
- EUA e China chegam a acordo preliminar sobre o futuro do TikTok
- Quanto ganha um Gerente de TI | Tecnologia da Informação
VÍDEO: Android 16, VALE A PENA atualizar seu celular?