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Pix ganha novas regras para recuperar dinheiro de fraudes; veja o que muda

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Bruno Peres/Agência Brasil
Bruno Peres/Agência Brasil

As novas diretrizes do Banco Central (BC) para o Mecanismo Especial de Devolução (MED) do Pix entraram em vigor no último domingo (23). A mudança visa combater com mais eficácia os golpes financeiros, permitindo que os bancos rastreiem e bloqueiem valores desviados mesmo após passarem por múltiplas contas.

Até então, o mecanismo permitia o bloqueio de recursos apenas na primeira conta de destino do dinheiro. No entanto, fraudadores costumam transferir as quantias rapidamente para outras contas “laranjas” para pulverizar o montante e impedir a recuperação.

Com a atualização, o sistema agora pode rastrear o “caminho do dinheiro” e bloquear valores em outras contas da cadeira de transferências, dificultando a estratégia dos criminosos.

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A regra já está valendo, mas, a adesão por parte das instituições financeiras é facultativa neste primeiro momento. A partir de 2 de fevereiro de 2026, a funcionalidade de rastreamento estendido se tornará obrigatória para todos os bancos

Com a implementação total das novas regras de rastreamento, a expectativa é reduzir a impunidade digital e aumentar a taxa de recuperação de valores, que muitas vezes era frustrada pela rapidez das transferências em cadeia realizadas pelos golpistas.

O que muda para o usuário?

Para o consumidor, o procedimento de denúncia continua o mesmo. Mas, a efetividade da recuperação tende a aumentar. 

Não é necessário ativar nenhuma configuração no aplicativo do banco, já que a proteção é sistêmica. 

Caso seja vítima de golpe ou fraude, o usuário deve acionar o MED o mais rápido possível através do próprio app da instituição financeira. 

As regras do BC determinam que os bancos ofereçam o acesso ao mecanismo de forma destacada na área do Pix e permitam a contestação sem necessidade de interação humana imediata. 

Vale lembrar que o MED é exclusivo para casos de fraudes, golpes ou crimes comprovados. A ferramenta não se aplica a desacordos comerciais, enganos entre pessoas de boa-fé ou transferências erradas por erro de digitação.

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Prejuízos bilionários

A atualização do sistema de segurança chega em um momento crítico. Em 2024, fraudes via Pix geraram um prejuízo de R$ 4,9 bilhões, um aumento de 70% em relação ao ano anterior.

O Pix completou cinco anos de operação em novembro de 2025, consolidando-se como o meio de pagamento mais importante do país. 

No ano passado, a ferramenta movimentou cerca de R$ 26,4 trilhões, o equivalente a quase duas vezes o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. 

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