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Datacenter: entenda o que é PUE e veja um exemplo de estrutura super econômica

Por| 08 de Novembro de 2012 às 13h10

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Greenpeace
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Com a tendência crescente dos serviços na nuvem, boa parte do processamento de dados que costumávamos fazer em nossas máquinas agora é feito por grandes datacenters com milhares de computadores interconectados. O aumento do uso desses serviços traz, naturalmente, um aumento do poder computacional desses datacenters assim como o aumento do seu consumo de energia, e quanto mais eficiente forem essas instalações, menores serão os custos de manutenção.

Para medir a eficiência energética desses grandes conglomerados de máquinas, um consórcio de empresas conhecido como The Green Grid criou um índice conhecido como PUE (Power Usage Effectiveness). O cálculo é bastante simples e se baseia na relação entre a energia consumida pela instalação inteira e a energia consumida pelos equipamentos da infraestrutura de TI. Quanto mais próximo de 1,0 for esse resultado, melhor.

Nesse cálculo, qualquer componente que não seja estritamente utilizado para realizar cálculos computacionais não entra na parte de baixo da relação. Itens como iluminação, portas automáticas e até mesmo o sistema de refrigeração dessas máquinas não fazem parte da intraestrutura de TI, de forma que quanto mais eficientes os processadores, menor a necessidade de refrigeração, resultando em um PUE mais baixo.

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Embora 1,0 seja o mais eficiente possível, na prática ele é um índice impossível de se obter, pois nesses casos só existiriam computadores dentro de um datacenter sem iluminação, sistema de resfriamento ou supervisão de profissionais para manutenções periódicas. Outro detalhe é que, embora as empresas gostem de propagandear esse índice como sinônimo de eficiência energética, ele não quer dizer muita coisa no final das contas pois a forma como ele é calculado dá margem para manipulações.

Apenas como exemplo, uma empresa que possua uma infraestrutura de TI extremamente ineficiente em termos de consumo de energia (processadores mais antigos, por exemplo) terá esse índice bem pequenininho pois o que importa é somente a relação entre um consumo e outro. Por outro lado, outra empresa que possua processadores, discos rígidos e outros componentes que sejam mais econômicos acabam aumentando o índice, pois diminuem o consumo geral para uma mesma quantidade de energia.

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É importante sempre ser cuidadoso com esse tipo de dado, pois, na prática uma empresa pode divulgar que é energeticamente eficiente por ter um índice de 1,6, mas consome muita energia e possui uma infraestrutura pouco econômica. Para significar alguma coisa, as empresas devem divulgar também o seu consumo total de energia e o tipo de equipamento que utilizam, dando dados o suficiente para que seja possível concluir se o valor divulgado é bom ou não.

Conhecia o índice Power Usage Effectiveness, ou PUE? Conte-nos nos comentários!

Um bom exemplo de PUE equilibrado

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Para tentar diminuir o gasto energético e o consequente impacto ambiental, os fabricantes de datacenters estão cada vez mais preocupados em aumentar a eficiência energética de seus produtos. Hoje, já existem soluções que desempenham bem suas funções com um gasto mínimo de energia. Processadores, HDs e sistemas de resfriamento estão cada vez mais inteligentes e organizados de uma maneira tal que o desperdício se torna ínfimo.

Uma dessas soluções foi desenvolvida pela HP. Batizado de ecoPOD, esse datacenter é considerado, hoje, o mais eficiente do mundo no quesito energético. Em um container padrão, de 12m2, é possível instalar até 2 mil servidores que oferecem o mesmo poder computacional de um datacenter comum, de alvenaria, de 1850 m2.

ecoPOD, da HP: formato compacto e inteligência do processo garantem um PUE bem baixo

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O primeiro detalhe que permite tamanha eficiência energética tem a ver com o seu tamanho. Ao ser montado em um container desenvolvido especialmente para esse fim, o ecoPOD tem uma necessidade de resfriamento bem menor que o de datacenters tradicionais. Utilizando corredores de ar quente e de ar frio, o PUE pode chegar a 1,07, dependendo dos equipamentos instalados e do local onde ele está. Em regiões mais frias, por exemplo, o resfriamento pode ser feito apenas utilizando o ar externo. Basta filtrá-lo e "soprá-lo" para dentro do container.

O espaço compacto permite um sistema de refrigeração mais simples do que os utilizados em grandes datacenters, além de um menor gasto com iluminação. O formato de container, desenvolvido especialmente para este projeto, facilita o transporte tanto por navios como por caminhões e assim, a empresa que tiver urgência na instalação dessa infraestrutura consegue fazê-la em poucas semanas - ao contrário dos meses e meses de construção de um datacenter convencional. E, pelo fato de ser modular, a infraestrutura pode ser aumentada ou diminuída de acordo com as necessidades da empresa, evitando o gasto de energia extra. Ao utilizar processadores, discos e equipamentos de última geração, o gasto energético de toda essa estrutura se torna um dos menores do mercado - cerca de 44kW por rack.