Microsoft e OpenAI anunciam “nova fase” de parceria que pode abrir caminho para
Por Claudio Yuge |

A Microsoft e a OpenAI anunciaram nesta sexta-feira (12) a assinatura de um memorando de entendimento não vinculativo que marca a “próxima fase” da parceria estratégica entre as duas empresas. Embora os detalhes ainda estejam em negociação, o novo acordo deve redefinir como as companhias compartilham tecnologias e receitas, além de atualizar cláusulas críticas do contrato anterior.
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Segundo o New York Times, a revisão inclui mudanças na regra que impedia a Microsoft de acessar os sistemas mais poderosos da OpenAI caso o conselho da startup determinasse que havia alcançado inteligência artificial geral (AGI) com características próximas às humanas.
O jornal também aponta que a OpenAI está concedendo ao seu braço sem fins lucrativos uma participação acionária avaliada em pelo menos US$ 100 bilhões. A medida garante que a entidade continue exercendo controle e supervisão sobre a empresa, ao mesmo tempo em que abre espaço para a transformação em uma public benefit corporation (PBC), modelo societário voltado a gerar impacto positivo na sociedade.
Essa mudança é vista como passo essencial para um futuro IPO (oferta pública inicial), permitindo que a OpenAI levante capital em condições semelhantes às de outras empresas de tecnologia. Para isso, no entanto, era necessário chegar a um novo entendimento com a Microsoft — que já investiu mais de US$ 13 bilhões na companhia e detém direito a 49% dos lucros futuros do braço com fins lucrativos.
Mudanças estruturais em andamento
Os rumores sobre a reestruturação da OpenAI circulam desde 2024, quando a empresa anunciou oficialmente a intenção de migrar para o modelo de PBC. Na época, justificou a decisão como forma de atrair investimentos em condições de mercado convencionais.
Contudo, em maio de 2025, a startup voltou atrás em parte dessa estratégia ao reafirmar que a governança continuaria sob o comando da entidade sem fins lucrativos. “A OpenAI foi fundada como uma organização sem fins lucrativos, e hoje é supervisionada e controlada por essa estrutura. Assim continuará no futuro”, disse a companhia em comunicado.
O novo acordo com a Microsoft pode ser o ponto de equilíbrio entre manter essa supervisão e, ao mesmo tempo, destravar o potencial de captação de recursos necessários para sustentar o desenvolvimento de tecnologias avançadas de inteligência artificial.
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