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Meta fecha acordo de R$ 3,7 bilhões sobre a Cambridge Analytica

Por| Editado por Claudio Yuge | 27 de Dezembro de 2022 às 19h27

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Unsplash/Dima Solomin
Unsplash/Dima Solomin

A Meta, empresa-mãe do Facebook, fechou um acordo no valor de US$ 725 milhões (cerca de R$ 3,7 bilhões) para finalizar uma ação coletiva. A proposta foi divulgada na última quinta-feira (22), durante o processo judicial decorrente do escândalo da Cambridge Analytica, em que o Facebook permitiu que esta e outras empresas tivessem acesso aos dados de 87 milhões de usuários.

Segundo os advogados que representam os usuários, esta é a maior negociação já alcançada em uma ação coletiva de privacidade de dados dos Estados Unidos e o valor máximo que a big tech já pagou para resolver um caso do tipo. "Este acordo histórico proporcionará um alívio significativo para a classe neste caso de privacidade complexo e novo", disseram Derek Loeser e Lesley Weaver, em um comunicado conjunto.

A decisão da semana passada resolveu alegações dos usuários do Facebook de que a empresa violou leis federais e estaduais ao permitir que desenvolvedores de aplicativos e parceiros de negócios colham seus dados pessoais sem o seu consentimento. Os advogados dos queixosos alegaram que a empresa induziu os usuários a pensar terem controle sobre essas informações sigilosas, enquanto agia de maneira contrária.

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Meta não admite irregularidades

Em resposta às alegações, a Meta não admitiu as irregularidades como parte do acordo, que ainda está sujeito à aprovação de um juiz federal em São Francisco. A empresa disse que a decisão era "no melhor interesse de nossa comunidade e acionistas".

"Nos últimos três anos, renovamos nossa abordagem à privacidade e implementamos um programa abrangente de privacidade", disse Meta.

Em 2019, a rede social argumentou que os usuários não têm interesse legítimo em privacidade nas informações que compartilham com amigos nas redes sociais. O juiz da época considerou a visão "tão errada" que permitiu que o caso avançasse.

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Facebook já pagou US$ 5,1 bilhões em investigações sobre práticas de privacidade nos EUA

A Cambridge Analytica utilizou informações pessoais de milhões de contas do Facebook para fins de perfil e segmentação de eleitores durante as eleições presidenciais de 2016 nos Estados Unidos. A empresa utilizou os dados sem consentimento dos usuários, pois um pesquisador foi autorizado pela rede social a implantar um de seus aplicativos que coletava essas informações na plataforma.

O escândalo incentivou investigações por parte do governo dos EUA sobre as práticas de privacidade do Facebook, processos judiciais e uma audiência no Congresso dos Estados Unidos. Em 2019, a empresa pagou US$ 5 bilhões (R$ 26 bilhões) para fechar uma investigação da Comissão Federal de Comércio e outros US$ 100 milhões (R$ 520 milhões) para resolver alegações da Comissão de Valores Mobiliários norte-americana.

As investigações dos procuradores-gerais estaduais ainda estão em andamento, enquanto a empresa se defende de uma ação judicial do procurador-geral de Washington, DC.

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Fonte: Financial Times