Levantamento mostra que Uber já foi processada 433 vezes em 2017
Por Ricardo Ballarine | 24 de Agosto de 2017 às 14h41
O novo CEO da Uber terá alguma dor de cabeça quando for anunciado e assumir o cargo. Para ser mais exato, ele terá 433 problemas para resolver.
Esse é o número de processos que a empresa teria recebido em 2017, segundo levantamento feito pelo site Courthouse News Service, especializado na cobertura jurídica nos Estados Unidos. Para chegar a esse total de processos, o serviço pesquisou sua própria base de dados, que rastreia arquivos legais.
O levantamento foi motivado por causa de um novo processo sofrido pela Uber, feito por uma passageira que acusa um motorista da empresa de a ter empurrado para fora do carro em movimento. Ela diz que ficou assustada com o comportamento do motorista e pediu para que a deixasse sair. Sem parar o carro, ele a teria jogado para fora.
Ninguém da Uber ainda se pronunciou sobre o número, mas a empresa diz que qualquer um pode apresentar uma ação judicial. Isso não significa que todas as acusações são legítimas ou resultarão em responsabilidades legais para a empresa. Certamente, as corporações podem atrair todos os tipos de problemas legais, mas o número levantado parece ser muito alto.
Negligência e violência sexual como motivos
A pesquisa do Courthouse leva a uma longa lista de processos relacionados à Uber, que variam de perigoso a bizarro.
O Courthouse News Service diz que as ações incluem inúmeros temas: reivindicações de negligência, falta de treinamento, exagero nas verificações de antecedentes que a empresa aplica em seus motoristas, acidentes com feridos, incluindo uma alegada morte causada por um motorista que usou o celular durante a condução, e ações coletivas sobre tratamento dos condutores, como falta de seguro de compensação dos trabalhadores.
Alguns casos passam pela bizarrice, como o de um motorista da Florida que processa a empresa por ter sido proibido de transportar armas de fogo. Outra ação judicial alega que a mudança de modelos de pagamento feita pela Uber está dificultando alguns motoristas. A empresa enfrenta também processos por não oferecer acesso para deficientes.
E há as ações de violência sexual. Uma mulher afirma que ela e pelo menos 200 outras foram agredidas sexualmente por motoristas da Uber. E a mulher que foi estuprada por um motorista na Índia agora está processando a empresa por ter obtido ilegalmente seus prontuários médicos.
Ex-CEO é alvo de processo
Em meio a tanto problema jurídico, a Uber teve uma pausa. A Justiça não aceitou o processo em que a empresa foi acusada por uma família cujo filho era motorista e foi morto por uma menina de 16 anos usando uma machete que teria roubado de um Walmart antes de solicitar um carro.
A maior disputa legal agora trata do processo aberto pela firma de investimentos Benchmark contra a Uber e o ex-CEO Travis Kalanick. A ação alega que o executivo deve ser removido do Conselho por ter enganado investidores. Kalanick disse que as reivindicações são sem mérito.
Fonte: Venture Beat