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iFood e 99Food relatam tentativas de espionagem corporativa no Brasil

Por  • Editado por Melissa Cruz Cossetti | 

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senivpetro/freepik
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O mercado de aplicativos de entrega no Brasil está em pleno crescimento e, ao mesmo tempo, sob forte pressão competitiva. Nas últimas semanas, iFood e 99Food afirmaram ter se tornado alvo de tentativas de espionagem corporativa, conduzidas por consultorias internacionais que buscam informações estratégicas de forma irregular. De acordo com relatos, empresas de pesquisa e consultoria vêm abordando funcionários (desde entregadores até executivos) com ofertas financeiras para obter dados sigilosos.

As propostas variam de pequenas quantias, como R$ 5 por uma foto de rotas de entrega, até valores acima de R$ 5 mil por uma conversa online de uma hora com gestores de alto escalão. O objetivo seria levantar informações sobre número de usuários, custos de operação, estratégias de marketing, receitas e participação de mercado.

Disputa acirrada no setor de delivery

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O iFood lidera o mercado brasileiro de delivery, seguido pelo Rappi. Porém, novos concorrentes estrangeiros, como a 99Food (da chinesa DiDi Global) e a Keeta (da Meituan), entraram recentemente no país e intensificaram a disputa por espaço.

É esse cenário competitivo que pode estimular empresas a buscar meios pouco éticos para obter vantagens estratégicas. Vale apontar, por exemplo, que as consultorias envolvidas são sediadas principalmente na China, Japão e Estados Unidos, além de algumas brasileiras. Segundo apurações do UOL, quatro delas concentraram a maioria das mensagens enviadas a funcionários do setor.

Reação das empresas de delivery

O iFood classificou as abordagens como “espionagem corporativa” e disse estar enfrentando um “ataque coordenado e sistemático”. A empresa enviou notificações extrajudiciais para que as consultorias interrompam o assédio a seus colaboradores.

A 99Food também confirmou que seus funcionários foram procurados, mas negou qualquer participação em iniciativas ilegais para obter informações da concorrência. Em nota, reforçou que segue as práticas legais e éticas do mercado.

Já a Keeta declarou não ter contratado consultorias para esse tipo de ação e garantiu que segue padrões regulares de recrutamento.

Implicações legais

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Especialistas em compliance e direito empresarial alertam que essas práticas configuram concorrência desleal e podem ser enquadradas na Lei de Propriedade Intelectual e no Código Penal brasileiro. Oferecer ou aceitar dinheiro em troca de informações sigilosas pode resultar em pena de prisão de três meses a um ano, além de multas.

A projeção do mercado, frente a essa situação, é que a disputa entre aplicativos de entrega como o iFood e o 99Food deve se intensificar, já que o setor cresce em ritmo acelerado e movimenta bilhões de reais por ano no Brasil. No entanto, especialistas defendem que a competição deve ocorrer dentro da legalidade, por meio de inovação, qualidade de serviço e preços competitivos, e não por meio de tentativas de espionagem.

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Fonte: UOL