IA como insumo e mais resiliência: os novos rumos da carreira de tecnologia
Por Elisa Fontes |
Novas dinâmicas de trabalho, ferramentas introduzidas e habilidades técnicas e humanas estão transformando o mercado de trabalho de tecnologia. Adaptar-se nesse cenário de mudança para avançar na carreira exigirá ações que não dependem exclusivamente dos profissionais, mas envolverá também a cultura empresarial e as lideranças.
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Essa é a visão dos executivos Odair Bonin, head de TI na CI&T em projetos de IA generativa e professor da Conquer, e Josiane Assis, head de Novos Negócios na Rocketseat, especialista em estratégia, cultura e performance. Ambos participaram da programação do HJ Conference, conferência de empreendedorismo, negócios e inovação que acontece até este sábado (27) em Concórdia (SC).
Em entrevista ao Canaltech, os especialistas falaram sobre como times de tecnologia podem superar adversidades para crescer, de que forma a IA tem impactado os profissionais de tecnologia e o papel de empresas e líderes no fomento ao desenvolvimento de carreira.
Enfrentar os desafios com resiliência
O head de TI da CI&T destaca que, diferente de outras ocupações, profissionais de tecnologia tendem a trabalhar de modo mais específico, com uma cobrança técnica mais forte. Os times são cobrados para que não haja falhas no trabalho, assim como também são preparados para corrigir possíveis falhas a todo momento.
Diante de toda a pressão e as mudanças que área está passando, Odair cita que a resiliência é o ponto-chave para que o profissional lide com os desafios e foque em enxergar as oportunidades. Segundo ele, buscar conhecimento constantemente e ter curiosidade sobre linguagens de programação também fazem o profissional se destacar no mercado. “Quem tem a visão de solucionar os problemas, não vai estar ligado a uma linguagem de programação, e sim ao que a gente chama de poliglota”, afirma.
Outro fator que pesa no encaminhamento da carreira, segundo Josiane Assis, é o autoconhecimento. Ela afirma que a pessoa precisa entender antes de tudo quais são suas habilidades para poder explorá-las, fazer uma autocrítica sobre o que precisa aprimorar, já que esses fatores são fundamentais para “sustentar as dificuldades técnicas”.
“O profissional maduro, que o mercado quer e a gente chama de altamente empregável, é aquele que tem condições de entregar as skills técnicas com confiança, clareza e autoconhecimento”, indica.
IA fomenta a experimentação
Em relação ao impacto da inteligência artificial, Odair comenta que a ferramenta é uma possibilidade de experimentação e que a grande virada está em quem conseguir inovar e escalar com a tecnologia. A ferramenta, segundo o especialista, precisa ser encarada como “insumo de trabalho”.
Nesse sentido, a gestão dos times de tecnologia também ganha mais recursos e fica mais eficiente, de acordo com a head de Novos Negócios da Rocketseat. O desenvolvimento de quase todo profissional em relação à IA deverá partir da fase júnior. Para ela, os profissionais de tecnologia devem ser híbridos, abraçando intuição e lógica.
Líderes e empresas como impulsionadores de carreira
Para alcançar toda essa evolução, os especialistas pontuam que o papel das lideranças e as oportunidades oferecidas pelas empresas serão fundamentais nesse processo. Odair Bonin indica que o profissional precisa enxergar perspectivas dentro da companhia e ter interesse no crescimento. “Eles [os líderes] também são responsáveis pelas carreiras dessas pessoas”, afirma.
No mesmo sentido, Josiane Assis também cita a cultura organizacional como pilar estratégico da empresa. “Do ponto de vista da liderança, é necessário que além de treinamentos de gestão, elas tenham capacidade de observar essas pessoas em fatores de risco, biopsicossocial”, explica.
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