Humanos corrigem a máquina: trabalho ‘mal-feito’ de IA tem gerado novos empregos
Por Marcelo Fischer Salvatico |

Quando os modelos de inteligência artificial (IA) se popularizaram nos últimos anos, muito se falou sobre a tecnologia roubarem empregos. Mas, a realidade é outra. Um estudo revelou que 95% das empresas não estão tendo retorno sobre o investimento em IA, e até contratando freelancers para corrigir o trabalho autônomo.
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A pesquisa “State of AI in Business 2025” do MIT, universidade estadunidense que fica em Massachusetts, mostrou que apesar do investimento bilionário, quase todas as empresas receberam zero retorno do investimento em IA generativa.
O número surpreende, visto que os chatbots e assistentes de IA já fazem parte da rotina de trabalho. No Brasil, por exemplo, um estudo do Google revelou que 74% dos brasileiros usam a tecnologia para atividades profissionais.
Mas, esse uso pessoal de chatbots como ChatGPT, Gemini e Claude não se enquadra no investimento das empresas.
De acordo com o estudo, a principal razão da falta de retorno com IA se dá pela adoção “sem atrito”. Ou seja, quando não há mudanças significativas nos fluxos de trabalho ou criação de novos processos para se adaptar à IA.
Roubando ou… gerando empregos?
Diferente do receio coletivo de que muitas pessoas perderiam o emprego para agentes e modelos de inteligência artificial, o uso da tecnologia para o trabalho autônomo está, na verdade, gerando novas oportunidades.
A NBC, rede norte-americana de televisão, afirmou que trabalhadores freelancers encontraram novos tipos de trabalho com a “incompetência” do trabalho realizado por inteligência artificial.
Empresas têm relatado que precisam de pessoas para corrigir tarefas feitas por IA, como por exemplo, arrumar uma logotipo criado com a tecnologia, ou revisar textos que não foram feitos por humanos.
As plataformas de trabalho freelance, Upwork, Freelancer e Fiverr, afirmaram à NBC News que a demanda por trabalhos de cunho criativo aumentou em 2025, e empresas procuram por pessoas que possam trabalhar junto da IA, sem rejeitá-la.
E não só tarefas criativas, como design gráfico e redação de textos, mas também as técnicas, como desenvolvimento de códigos.
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