Google demite pesquisador de IA após questionamentos de artigo acadêmico
Por Dácio Castelo Branco | Editado por Claudio Yuge | 03 de Maio de 2022 às 19h12
O Google demitiu um pesquisador após ele e sua equipe terem enviado um e-mail interno para a organização questionando um artigo cientifico publicado pela gigante de tecnologia. Essa é a segunda demissão em menos de dois anos pelo mesmo motivo na corporação.
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O artigo em questão abordava o tópico que computadores, mais especificamente Inteligências Artificiais, poderiam criar arquiteturas para chips de forma mais rápida do que humanos, de autoria do Google e publicado em 2020 na Nature, conhecida revista acadêmica.
Em março desse ano, Satrajit Chatterjee, pesquisador de IA do Google, enviou um e-mail para a organização questionando algumas das colocações do artigo, e também levantou a possibilidade de a tecnologia não ter sido totalmente testada pelos autores do conteúdo — inclusive escrevendo um artigo refutando as ideias publicadas em 2020, mas que foi recusado pela empresa e não chegou ao ponto de ser distribuído para periódicos científicos.
Sobre a demissão do pesquisador, o Google afirmou para o The New York Times que checou e testou todas as informações contidas no artigo, além de ter investigado os comentários de Chatterjee e identificado que eles não procediam.
Demissão não é a primeira envolvendo setor de IA do Google
Essa é a terceira demissão do Google em menos de dois anos relacionada ao seu setor de pesquisa de IA. A primeira ocorreu em dezembro de 2020, quando a empresa terminou o contrato com Timnit Gebru, na época uma das líderes da pesquisa ética de Inteligência Artificial, após ela ter escrito e publicado um artigo alertando sobre o perigos de vieses nessas tecnologias.
Segundo o Google, Gebru foi demitida por não ter publicado o artigo a partir dos canais necessários na corporação.
Dois meses depois, em fevereiro de 2021, o Google demitiu Margaret Mitchell, que trabalhava junto de Gebru, por violações no código de conduta da empresa. A companhia teve acesso a mensagens enviadas pela pesquisadora em que ela tratava de forma discriminatória sua ex-colega na organização.
Fonte: CNET