Google contrata Character.AI para implementar avançados chatbots de persona
Por Claudio Yuge |
O mercado de inteligência artificial (IA) é um dos mais aquecidos e concorridos atualmente, em uma disputa franca entre as gigantes Amazon, Microsoft e Google (Alphabet). Com o salto de evolução dos últimos anos com os modelos generativos, que seguem progredindo, é possível rever e otimizar todas aplicações autônomas criadas anteriormente. E um dos grandes focos de interesse atuais são os chatbots.
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Veja bem, com os modelos generativos, os chatbots que conhecíamos até pouco tempo já são coisa do passado. Saem de cena as frases repetitivas e limitadas, o comportamento completamente frio e robótico, e, principalmente, os ruídos de comunicação entre o usuário e a máquina — o que torna a interação bastante ineficaz e irritante.
Com os novos chatbots turbinados com modelos generativos, os robozinhos falantes podem se tornar muito mais precisos e parecidos com uma pessoa real. Além disso, a capacidade de customização de comportamento, estilo de fala, enfim, tudo o que as mais avançadas IAs atuais podem realizar, tem potencial para até mudar o conceito atual de robôs de conversação para algo que possa atender muitas outras frentes.
Por isso é que a Amazon já tem sua parceria de chatbots avançados com a Inflection, e a Microsoft com a Adept. E o Google, claro, logo correu em busca de especialistas da Character.AI para cuidar de um setor específico já desenvolvido no passado por essas gigantes — é mais rápido e eficiente contratar startups imersas em um nível superior dessa tecnologia do que refazer tudo o que foi construído com modelos antigos quase obsoletos.
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O modelo de negócios entre o Google e a Character.AI é semelhante ao da Microsoft e da Amazon com suas parceiras no setor de chatbots, com a contratação dos direitos de uso não exclusivos das tecnologias fornecidas pela empresa — esse é um formato que deve se tornar padrão, pois as gigantes têm sofrido severas punições em transações de “fagocitose digital” que feriram leis antitruste.
E como o Gigante de Montain View não é bobo nem nada, já “repatriou” Noam Shazeer, que teve duas passagens pelo Google e se juntará à divisão de pesquisa de IA, a DeepMind, que desenvolve grandes modelos de linguagem e o conjunto Gemini de produtos de IA, como chatbots. Daniel De Freitas, que cofundou a Character.AI em 2022 ao lado de Shazeer, também vai integrar núcleo correlatos.
A Character.AI, que é apoiada pela empresa de capital de risco Andreessen Horowitz, entre outros, usa LLMs para gerar conversas no estilo de várias figuras e personas, e, em pouco tempo, atraiu rapidamente milhões de usuários mensais e tornou as ferramentas das Big Tech em apps esquecíveis — veja bem, Meta até desistiu de desenvolver chatbots de persona de IA no Instagram, Facebook e WhatsApp menos de um ano depois de lançá-los.
Com essa contratação estratégica, o Google venceu a disputa com a Meta e Elon Musk, que também queriam um acordo com a Character.AI. E também aproveitou para levar Shazeer, um dos especialistas mais cobiçados no mercado de IA atualmente.