Fundadora da Pika aposta em vídeos com IA e desafia OpenAI e Meta
Por Claudio Yuge |

Demi Guo, de 26 anos, largou o doutorado em inteligência artificial na Universidade Stanford para seguir uma intuição: o futuro da criação de conteúdo seria moldado por vídeos gerados por inteligência artificial (IA). Um ano depois, a jovem empreendedora lidera a Pika, uma das startups mais promissoras no segmento, avaliada em cerca de US$ 470 milhões — a empresa pode ter até um nome curiosos para nós, brasileiros, mas a graça da história toda é que a pequena antecipou anos à frente Big Techs e agora enfrenta concorrentes de peso como OpenAI e Meta.
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Nos últimos meses, as gigantes da tecnologia intensificaram os investimentos em ferramentas de vídeo generativo. Em setembro, a Meta apresentou o Vibes, um feed de vídeos criados por IA integrado ao aplicativo Meta AI, que permite publicar as criações diretamente no Facebook e Instagram.
Pouco depois, a OpenAI ampliou as fronteiras do formato com o Sora, modelo capaz de gerar vídeos realistas a partir de um simples comando de texto — e até inserir pessoas reais em cenas sintéticas. A promessa é abrir caminho para uma nova geração de vídeos hiper-realistas e interativos.
A Pika iniciou sua trajetória em novembro de 2023 com o aplicativo Pikaffects, uma coleção de efeitos visuais virais criados por IA. Entre os mais populares estão o “Squish It”, que transforma pessoas e objetos em versões maleáveis, e o “Cake-ify It”, que os recria como se fossem feitos de bolo.
No fim do verão no hemisfério norte, a startup lançou o Pika: AI Video & Trend Maker, um aplicativo social que combina criação de vídeos por IA com recursos de compartilhamento e interação. Segundo Guo, a ideia sempre foi “usar a inteligência artificial como nova forma de expressão social”.
Desafio contra gigantes
Mesmo com a rápida ascensão, a Pika enfrenta um cenário desafiador. O avanço de modelos multimodais como o Sora e o investimento bilionário das Big Techs tornam a disputa mais acirrada. Ainda assim, Guo acredita que o diferencial da empresa está em entender o lado criativo e cultural da geração Z — público que mais consome e cria tendências em vídeo.
“As pessoas querem se expressar com a ajuda da IA, não substituídas por ela”, afirmou Guo à Fast Company.
Enquanto Meta e OpenAI transformam suas plataformas em grandes estúdios digitais, a Pika tenta manter o foco na experiência do usuário e na viralização de tendências. Se conseguir, pode repetir o feito de outras startups que mudaram o comportamento das redes sociais antes dos gigantes entrarem no jogo.
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