Dono de startup bilionária diz que IA atual não fará descobertas científicas
Por Claudio Yuge |

Os modelos atuais de inteligência artificial (IA) de empresas como a OpenAI dificilmente levarão a grandes descobertas científicas no nível de um Prêmio Nobel. Essa é a visão de Thomas Wolf, cofundador e Chief Science Officer da Hugging Face, que contradiz o otimismo de figuras como Sam Altman (OpenAI) e Dario Amodei (Anthropic).
- Será? 6 linguagens de programação que correm o risco de ficar obsoletas em 2026
- 7 empregos do futuro que a inteligência artificial pode criar
Segundo Wolf, o principal problema reside na arquitetura fundamental dos chatbots, com modelos treinados para se alinhar e concordar com a pessoa que os prompta, elogiando a pergunta ou seguindo o caminho mais provável. Além disso, a IA é projetada para "prever o próximo token (palavra) mais provável" em uma sequência.
Em contraste, um cientista que faz uma grande descoberta é inerentemente contrário, questionando o status quo e buscando uma ideia "muito nova que é, na verdade, surpreendentemente improvável, mas que se revela verdadeira", afirma Wolf.
Apesar do ceticismo, o executivo reconhece que a IA terá um papel importante como "copiloto para o cientista", auxiliando na pesquisa e na geração de novas ideias — um uso já visto em ferramentas como o AlphaFold do Google DeepMind, que mapeia estruturas de proteínas para o desenvolvimento de novos medicamentos.
Para Wolf, contudo, a promessa de que a IA possa liderar descobertas científicas de forma autônoma está fora do alcance da geração atual de modelos.
Leia mais: