Estudo diz que queda na venda de computadores foi amortecida pelos gamers
Por Natalie Rosa | 27 de Junho de 2019 às 20h20
O estudo IDC Brazil PCs Tracker Q1/2019, realizado pela IDC, mostra que, somente nos três primeiros meses deste ano, 1,268 milhão de computadores foram vendidos, sendo 5% a menos em relação ao mesmo período do ano passado. No período foram vendidos 381 mil desktops e 887 mil notebooks, uma redução de 4% e 6% respectivamente em comparação com 2018.
Apesar da queda, os analistas acreditam que a redução não foi mais grave devido ao crescimento do número de gamers no país. O Brasil está colocado na terceira posição como maior mercado de games do mundo.
"Viemos de dois anos seguidos de alta, com forte crescimento nas vendas de portáteis. É natural, portanto, uma demanda menos agressiva. Além disso, tem a questão preço. Os notebooks ficaram, em média, 14% mais caros, consequência do fim dos incentivos da Lei de Informática e do dólar mais alto", conta Wellington La Falce, analista de pesquisa da IDC Brasil.
La Falce conta ainda que os primeiros meses do ano costumam trazer um menor número de vendas, o que se deve aos gastos feitos no fim de ano com os períodos de Black Friday e Natal. No primeiro trimestre de 2019, 810 mil vendas aconteceram para usuários domésticos, enquanto 458 mil foram para as empresas.
"A queda do mercado de computadores no setor corporativo foi de 6%, movimento puxado para baixo pelo governo, que retraiu 30% em relação ao primeiro trimestre de 2018. Tivemos não apenas uma troca de governo, mas uma mudança radical de gestão e o período de avaliação antes de novos investimentos já era esperado", relata.
Em relação a valores, o estudo mostra que os computadores destinados a uso doméstico ficaram 10% mais caros em comparação com o mesmo período do ano anterior, causando um aumento de 7% na receira e faturamento de aproximadamente R$ 2 milhões. Já no mercado corporativo, o preço aumentou em 21% e o faturamento chegou a cerca de R$ 1,4 bilhão, 15% a mais se comparado com o ano passado.
O analista diz ainda que o aumento de 21% encontrado pelo estudo deve-se, basicamente, aos notebooks, que acabaram ficando mais caros no período, e devido à retração do governo, visto que o ticket das compras do setor é menor e leva a média do corporativo para baixo.
A IDC acredita que não haverão mudanças significativas no restante do ano, prevendo um crescimento de apenas 1% com 5,6 milhões de unidades de computadores vendidas.