EmTech | Sucesso da IA nas empresas exige união de líderes e novos talentos
Por João Melo • Editado por Melissa Cruz Cossetti | •

A implementação da inteligência artificial (IA) nas empresas já é uma realidade voltada à otimização de diversos processos do dia a dia. E a união entre a experiência dos líderes e as inovações propostas por profissionais da nova geração pode ser um caminho para o sucesso na integração dessa tecnologia.
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Rui Botelho, presidente da SAP Brasil — multinacional especializada em software e sistemas de gestão empresarial —, destaca que a realidade atual exige um aprendizado contínuo de ambas as partes para que as tecnologias sejam implementadas da melhor forma.
“Para fazer a pergunta certa, é preciso a pessoa com mais experiência. Do outro lado, alguém com menos tempo de mercado tende a ter maior abertura às novidades. A chave é buscar a sinergia entre esses dois mundos”, afirmou o executivo.
A fala de Botelho ocorreu nesta segunda-feira (29) no primeiro dia do EmTech Brasil 2025, evento da MIT Technology Review que discutiu, entre outros temas, como os líderes devem atuar em tempos de reinvenção digital.
De acordo com o presidente da SAP Brasil, “o líder não precisa saber tudo”, mas sim compreender a melhor forma de conectar as diversas áreas da empresa, com foco nos avanços relacionados às novas tecnologias.
Gestão de agentes digitais
As mudanças tecnológicas também devem impactar a maneira como os líderes gerem suas equipes dentro das empresas. Isso porque, além das pessoas, agora a gestão precisará incluir outro elemento.
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“A educação dos líderes que estão atualmente no mercado vem de uma lógica voltada à gestão de pessoas, e não de agentes artificiais. Agora, além do agente humano, precisamos fazer a gestão de agentes digitais”, ressaltou Ricardo Cappra, fundador do Cappra Institute — instituto focado na integração entre análise de dados e inteligência artificial.
Cappra pontua ainda que há um momento de virada cultural nas companhias com a inserção de novos instrumentos digitais nas rotinas de trabalho.
Diante dessas transformações, o executivo afirma que será necessário adotar novas métricas e indicadores para medir a produtividade humana, visto que os critérios de sucesso para uma pessoa precisam ser diferentes dos usados para avaliar tarefas realizadas com apoio da inteligência artificial.
IA em diferentes modelos de trabalho
Outro ponto abordado nos painéis do EMTech, em relação às mudanças no mercado de trabalho causadas pela tecnologia, diz respeito a como os profissionais lidam com as ferramentas de IA em modelos de trabalho híbrido ou remoto.
Apesar de reconhecer que é mais difícil transmitir a cultura de uma companhia aos funcionários quando eles não estão presencialmente na empresa, Juliana de Luca, superintendente de business development do Itaú Unibanco, afirma que é possível evoluir com a tecnologia independentemente do regime de trabalho.
“O que a gente viu e atesta é que o home office é um relacionamento de confiança e, no banco, por exemplo, a ética é inegociável. Nossas análises mostram que todos os modelos — presencial, híbrido e totalmente remoto — funcionam”, ressalta de Luca.
A executiva acrescenta que um dos focos deve estar em como capacitar os profissionais de forma adequada para que eles saibam implementar as novas soluções tecnológicas no desenvolvimento dos negócios.
Essa é também a visão de Tuta Neto, diretor de Novos Negócios da Jovem Pan e CEO da Sampi, empresa que oferece serviços de IA para companhias de mídia. Ele afirma que será necessária uma requalificação dos profissionais devido às mudanças em andamento e às que ainda estão por vir com as novas tecnologias.
“O trabalho básico já está feito, as pessoas agora precisam se esforçar cada vez mais para entregar valor intelectual às tarefas, e não apenas exercer uma função. Porque a função tende a ser substituída pelas máquinas, e o ‘fazer’ será cada vez menos importante”, enfatiza Neto.
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