Do fogo a IA e o renascimento da publicidade: como foi o RD Summit 2025
Por Redação |

Na última semana, mais de 20 mil pessoas se encontraram em São Paulo (SP) no RD Summit, maior evento de marketing e vendas da América Latina.
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O evento, organizado pela RD Station, unidade de negócios da TOTVS, reuniu executivos de grandes empresas e trouxe conteúdo rico para fomentar a inovação no setor.
O Canaltech esteve presente, e traz os destaques de algumas das palestras que participamos e mais nos chamaram atenção.
Inteligência artificial: o novo fogo
Logo no primeiro dia, uma frase impactou bastante: “a inteligência artificial pode ser comparada ao fogo”. De cara, a constatação parece exagerada, mas não se vem de Neil Redding, futurista e palestrante sobre tecnologias emergentes há mais de 30 anos.
Redding explica que, assim como quando o ser humano dominou o fogo não fazia ideia de que isso mudaria totalmente a sociedade e geraria uma revolução de invenções, a IA vislumbra um futuro semelhante de inovação.
Pude entrevistar Neil, que já veio algumas vezes para o Brasil e disse que adora feijoada e o café brasileiro.
“Estamos apenas nos primeiros estágios de descobrir o que esse novo tipo de fogo (a inteligência artificial) pode fazer. Nós nem imaginamos onde a IA pode nos levar, assim como as pessoas na pré-história não imaginavam carros quando controlaram o fogo”, afirmou Neil no papo.
Na conversa, falamos também sobre o ecossistema de inovação brasileiro – que Neil valoriza a energia, criatividade e talento locais –, sobre os riscos e desafios éticos que a IA traz e também da “relação simbiótica” entre humanos e IA que o futurista comentou em sua palestra.
O meio é a mensagem
Falando na relação de simbiose entre nós e a tecnologia, o palestrante Andrew McLuhan, neto do pensador Marshall McLuhan, apresentou sobre como os meios de comunicação moldam o comportamento humano — e não apenas transmitem conteúdo.
Ele explicou o famoso conceito “o meio é a mensagem”, defendendo que a tecnologia transforma a forma como percebemos o mundo antes mesmo de pensarmos em seu conteúdo.
Para profissionais de marketing, o recado é claro: entender o meio e seus efeitos é mais importante do que apenas criar mensagens para ele. “Uma nova mídia nos leva a novos hábitos, e novos hábitos se transformam em novos valores. Por isso, que o meio é a mensagem”, explica McLuhan.
O fim da publicidade tradicional
A jornalista e consultora Maria Prata deu uma verdadeira aula sobre como a publicidade se transformou com as redes sociais, principalmente com o usuário cada vez mais evitando anúncios na experiência online.
“A publicidade, do jeito que a gente conhecia, está morrendo — e isso é ótimo. É o nascimento da inovação”, afirmou Prata.
E essa transformação faz com que, junto da exposição da marca, as empresas tenham de entregar, também, valor. Prata mostrou alguns cases como Red Bull, Barbie, LVMH e Patagonia, que estão substituindo campanhas por narrativas autênticas e conteúdos de valor cultural.
Ela defendeu que marcas devem parar de “vender” e começar a “conversar”, criando universos nos quais o consumidor queira entrar.
O playbook em constante evolução
Um dos insights que tiramos do RD Summit é de que o “playbook” não é mais algo definitivo, mas algo vivo.
Este foi o debate do painel “O playbook ainda cabe num mundo de múltiplas formas de consumo?”, onde estiveram Rafael Mayrink, CEO da Neil Patel, e Gustavo Avelar, VP da RD Station, que utilizaram dados de mercado para reavaliar o conhecido modelo de playbook de marketing e vendas.
Os executivos discutiram como lidar com o cenário atual, marcado pela complexidade do consumo, pelo encarecimento da mídia paga, pela desaceleração do tráfego orgânico e pelos desafios na captura e atribuição de dados.
A mensagem final e essencial do painel, que ecoou junto ao público, é que o playbook de marketing e vendas não é um manual estático, mas sim um conjunto de diretrizes em constante evolução, exigindo atualização contínua da rota para se adequar à dinâmica do mercado.
Novidades do mercado
Além dos conteúdos que levantam debates sobre inovação, vimos também a inovação que está presente no mercado de tecnologia.
Na palestra “Crescer sem fórmulas: tecnologias para a nova era da jornada de compra sob medida”, o cofundador e diretor de Produto e Engenharia da RD Station, Bruno Ghisi, mostrou alguns dos recursos que a empresa disponibiliza para seus clientes.
A inteligência artificial já faz parte de grande parte – senão de todos – os produtos apresentados. O grande diferencial da IA integrada nessas ferramentas é o nível de personalização da estratégia, e o tempo que o ser humano ganha em produtividade para “ser mais humano”. Ou seja, trabalhar mais criativamente e menos mecanicamente.
Em entrevista ao Canaltech, Ghisi, que participou de todas as 11 edições do RD Summit, ressaltou como “é o dia mais bacana do ano” para ele, e nos falou também do GEO, a estratégia de ranqueamento para os chatbots de IA que deve substituir o SEO em breve.