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Dell comemora 20 anos no Brasil com objetivo de “simplificar” a TI para consumo

Por| 02 de Outubro de 2019 às 09h53

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(Foto: Rafael Arbulu/Canaltech)
(Foto: Rafael Arbulu/Canaltech)
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A Dell entrou oficialmente no Brasil em 1999, com uma operação de fábrica de desktops em Eldorado do Sul, Rio Grande do Sul. 20 anos depois, a empresa tornou-se, segundo números divulgados por ela própria, uma das principais líderes de mercado na oferta de bens de consumo e de empresas. E ela decidiu celebrar a data especial com um evento — o Dell Technology Forum 2019 —, realizado nesta terça-feira (1º) na zona sul de São Paulo, onde ela apresentou cases e teceu expectativas para os avanços da tecnologia moderna.

À convite da empresa, o Canaltech foi conferir as apresentações. Depois de um abertura tratando sobre o papel da tecnologia moderna na capacitação profissional, Greg Bowen, CTO e vice-presidente sênior da Dell Technologies (o braço corporativo da fabricante americana), soltou: “Até 2025, a expectativa é de 163 zetabytes de dados trafegados. De drones a redes sociais, plataformas e apps, o que segura tudo isso no mesmo lugar são dados”.

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“Colocando isso em perspectiva, desde o nascimento da era dos computadores até o ano de 2018, a IDC estimou que produziríamos apenas 18 zetabytes neste período. Já é hora de vermos a tecnologia não como um gasto, mas como um recurso. Dados são renováveis, inacabáveis e sempre produzimos mais e mais rapidamente. Fazer dados virarem ação é um dos passos mais difíceis da transformação digital. Mas hoje, felizmente, temos o poder computacional para processar e armazenar tudo isso, criando sistemas de máquinas que conversam entre si”.

Mas como isso afeta o consumidor final?

Um caso de sucesso apresentado durante o evento e que merece destaque foi o do Banco Carrefour. Poucos sabem, mas o grupo varejista é consideravelmente maior do que a rede de mini, super e hipermercados pela qual é conhecida. A rede Atacadão e os verticais corporativos de propriedade (que gerencia as propriedades do grupo) e o Banco Carrefour, responsável pelo fornecimento de crédito para os clientes da holding, também fazem parte da marca.

“Nosso maior potencial de atração de clientes para o banco é o nosso conhecimento de marca sobre o comportamento do cliente, então oferecemos crédito sustentável a todos eles. Cerca de 18 milhões de pessoas trafegam mensalmente por nossos pontos de venda”, diz José Manuel Silva, CIO e COO do Banco Carrefour.

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“Quando falamos em ‘transformação digital’, falamos em reescrever e ‘recompreender’ o modelo de negócios. Há dois anos, percebemos alguns problemas e procuramos entender melhor o que nos levou a eles. O primeiro passo foi entender o que faz o cliente se inserir dentro do ecossistema Carrefour. Com isso, mudamos a nossa jornada de trabalho, com equipes totalmente conectadas nos processos de oferta”.

Hoje, o Banco Carrefour possui linhas de crédito voltadas a seguros e cartões de crédito, prometendo mais frentes abertas até o final de 2019.

“Parece até óbvio falar em compreender a jornada do cliente, mas se você fizer uma introspecção, não é tanto assim: o que fizemos foi digitalizar a experiência de compra, criando canais leves de relacionamento tanto para o cliente que vai até à loja como o que faz suas compras pelo celular”, comentou Silva ao Canaltech.

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“A pergunta que buscamos responder, depois disso, era ‘como oferecer essa portabilidade a um cliente que não está tão disponível?’. Como você sabe, o 3G e o 4G não estão disponíveis em todos os lugares — regiões como o Norte e Nordeste ainda têm pontos onde conexão móvel é um bem de luxo”.

José deu a entender que o Carrefour criou canais leves de relacionamento com o cliente, ampliando suas opções viáveis de compra, mas que isso só foi possível mediante uma reformulação completa de seus processos internos. O Carrefour, “nos últimos dois anos”, segundo ele, teve na Dell uma parceira na implementação de tecnologias de relacionamento que permitisse que a “jornada” mencionada acima fosse não apenas compreendida, mas encorajada dentro da equipe. Em outras palavras, o Carrefour mudou sua cultura: as equipes especializadas trabalham com autonomia para oferecer ao cliente tais soluções. Ele não abriu detalhes mais aprofundados em virtude de uma estratégia de comunicação do grupo, prometendo novas divulgações em três semanas.

Raymundo Peixoto, vice-presidente sênior e gerente geral da área de datacenters da Dell EMC para a América Latina, também compartilha deste sentimento. A empresa falou, durante as suas apresentações, em “simplificar a TI”. Em um período de retração internacional nos gastos de tecnologia por parte das empresas (segundo uma pesquisa recente da Enterprise Technology Research), a Dell parece apostar alto na criação de novas ferramentas tecnológicas que abracem conceitos modernos, como Big Data e inteligência artificial (IA).

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“Na nossa visão, a tecnologia está deixando de ser apenas mais uma ferramenta de negócios, de manutenção de compliance, para se tornar um recurso muito vivo. A atual onda de transformação digital que acontece com várias empresas traz sim uma capacidade de investimento, mas também um quadro onde temos que interagir entre todas as nossas equipes: TI, marketing, jurídico, administrativo”, disse Peixoto.

“Precisamos fazer com que a informação analisada em várias mãos se torne um diferencial de negócio para competirmos com várias empresas que já nasceram dentro da era digital, bem como companhias que trazem valor agregado com produtos físicos — servidores, data centers etc. —, mas que buscam se digitalizar”.

Segundo o executivo, para que a Dell seja capaz de fazer isso, é necessário “simplificar”:

“É como você disse em sua pergunta: ninguém tem dinheiro sobrando. As novas tecnologias simplificam a operação das empresas. Uma nuvem híbrida, por exemplo, traz uma capacidade única de gerenciar toda a demanda de trabalho, seja ela na sua casa, ou em uma companhia de telecomunicação. E você consegue fazer isso baseado em vários parâmetros, incluindo o custo. Estamos promovendo isso a fim de ajudar o cliente a se simplificar, viabilizando com novas tecnologias, como o 5G, aplicações que hoje ainda não conseguimos envisionar”.
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“Nossa execução tinha que ser mais rápida e criação rápida de valor”, disse José Manuel. “Hoje, por meio dessa transformação, ampliamos nossas capacidades”, finalizou. Segundo a apresentação do executivo, o grupo Carrefour teve, no último ano, faturamento de R$ 26 bilhões (“com projeção de R$ 32 bilhões”, promete José Manuel), além de 8,2 milhões de clientes e valor de carteira de R$ 9,5 bilhões.

Com a palavra, o chefão...

Um momento alto da ocasião foi a entrada de Michael Dell, CEO e chairman do comitê de diretores da Dell. O executivo retornou ao Brasil nesta segunda visita para celebrar o vigésimo aniversário da empresa por aqui, sendo que a primeira ocasião de sua vinda havia sido a inauguração original da companhia, no Rio Grande do Sul. Duas décadas depois, o executivo analisou as mudanças pelas quais a Dell passou:

“A nossa empresa tem apresentado crescimento, ganhando participação no mercado e inovando agressivamente em todas as indústrias”, ele comentou. “Eu penso que está ficando mais claro que nosso mundo está sendo digitalmente transformado. Todos os objetos físicos estão se tornando inteligentes, digitalizados, e promovem um fluxo de dados enorme. Essa é a nova era da computação, onde tudo e todos no mundo estão conectados”.

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Dell levantou alguns dados em sua apresentação, dizendo que, em 2007, “haviam 86 petabytes de tráfego de dados viajando pelas redes de telefonia celular. Em 2019, esse mesmo volume transita pela rede em meras 18 horas. Daqui a 10 anos, esse volume será trafegado em 10 minutos. É um tsunami de dados que ocorre à nossa frente. Isso é uma força poderosa para a evolução humana”.

Segundo ele, porém, colocar tudo isso nas mãos das pessoas é insuficiente: “o que temos de fazer é forçar esses dados a trabalharem para nós. É para isso que buscamos destravar esse volume de informações, para melhorar a sua vida”. O executivo exaltou a VMware, adquirida pela Dell Technologies em dezembro de 2013, aproveitando para informar que a VMWare em si vai adquirir a Pivotal para permitir que as ofertas em nuvem híbrida sejam feitas em todo o espectro.

“Na tecnologia, os clientes a querem de forma simples: independentemente de olharmos para o mainframe, o servidor híbrido, a nuvem... os clientes sempre procuram pela simplicidade”, sacramentou. “O ecossistema tem se tornado fragmentado e isso é ruim. Se você tem dados e não usa essa computação avançada para expressar a sua vantagem competitiva, então você está empreendendo errado”.