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Após restrições, Alibaba e Baidu usam chips próprios para treinar modelos de IA

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Pexels/Mikhail Nilov
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Segundo reportagem da The Information com base em quatro fontes ligadas diretamente ao tema, as chinesas Alibaba e Baidu iniciaram o uso de seus chips internos para treinar modelos de inteligência artificial (IA), reduzindo parcialmente a dependência dos processadores da norte-americana Nvidia

De acordo com a matéria, a Alibaba já estaria usando seus chips próprios para modelos menores desde o início deste ano, enquanto a Baidu está experimentando o Kunlun P800 para treinar novas versões de seu modelo Ernie. Mesmo assim, nenhuma das duas abandonou totalmente os componentes da Nvidia, pois, para os esquemas mais sofisticados, continuam dependendo da tecnologia da empresa estadunidense. 

Essa movimentação sinaliza uma mudança relevante no cenário de IA na China, que busca autossuficiência como política estratégica. Com os Estados Unidos impondo cada vez mais restrições à exportação de chips avançados, as empresas chinesas vêm sendo pressionadas pelo governo local a desenvolver alternativas domésticas.

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Isso inclui não somente a fabricação de chips, como também o desenvolvimento integral de hardware e software para IA — o que, claro traz alguns grandes desafios. No momento, os componentes chineses ainda não se igualam ao topo de desempenho das séries mais avançadas da Nvidia, como o  H100, Blackwell, e outros. 

Contudo, há indícios de que alguns chips domésticos estão se aproximando do nível de desempenho do H20 — o modelo mais potente que a Nvidia está autorizado a vender legalmente na China sob certas restrições de exportação. A Alibaba, segundo fontes, teria alcançado performance comparável ao H20 em alguns casos.

Impacto para Nvidia

A Nvidia tem sofrido com essas restrições comerciais e também outras questões relacionadas. Os estadunidenses ainda detêm vantagens em modelos de ponta, contudo, sua fatia na China pode ser reduzida à medida que alternativas locais se tornem mais viáveis.   

Além disso, em outra nota relacionada da Reuters, a China teria aberto uma investigação preliminar contra a Nvidia, alegando possíveis violações às leis antitruste do país. A Nvidia também tem enfrentado restrições de exportação dos EUA para suas GPUs de IA. Seu chip H20, por exemplo, está sujeito a licenças de exportação e limitações de uso em solo asiático.

Recentemente, autoridades chinesas vêm proibindo empresas domésticas de usar GPUs da Nvidia em certas aplicações, especialmente para infraestrutura governamental ou uso público, citando preocupações com segurança de dados

Este é apenas mais um capítulo das implicações da guerra comercial imposta pelo governo Trump, desde seu primeiro mandato, e que, agora, ganha um "tempero especial" por conta do avanço da própria "Guerra das IAs" travada em um mercado de larga e rápida escala.

No âmbito global, isso pode levar a uma fragmentação maior no ecossistema de IA — diferentes blocos tecnológicos com suas próprias cadeias de suprimento, protocolos e gerações de hardware. Quem conseguir equilibrar desempenho, custo e conformidade regulatória terá vantagem — e o Canaltech continua de olho em todas essas disputas.

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