Publicidade

Com matriz renovável, Brasil atrai investimentos em data centers para IA

Por  • Editado por Claudio Yuge | 

Compartilhe:
Rubia Lima
Rubia Lima

A potência energética brasileira foi destaque em um painel organizado pelo IEEE (Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos) durante a Futurecom 2025, nesta terça-feira (30). O país deverá ter ao menos quatro novos data centers, os primeiros voltados à inteligência artificial, e com isso uma nova demanda de 9.400 MW (megawatts). Durante o painel, os convidados debateram como garantir o suporte para essas tecnologias de forma sustentável.

Participaram do painel os professores e membros do IEEE Otávio Chase, da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), Tereza Carvalho, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) e Vanessa Schramm, professora da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). Cada um apresentou perspectivas sobre as energias renováveis, as soluções de tecnologia na bioeconomia da Amazônia e destaques de tendências digitais que pensem sustentabilidade.

O que explica o avanço de data centers no Brasil

Canaltech
O Canaltech está no WhatsApp!Entre no canal e acompanhe notícias e dicas de tecnologia
Continua após a publicidade

O aumento do investimento de empresas para instalar data centers em território nacional está relacionado com a diversificação e abundância energética brasileira. Enquanto a China possui matriz energética baseada 60% em carvão, os Estados Unidos baseada 60% em combustíveis fósseis, Brasil hoje tem mais de 60% de sua matriz proveniente da hidroeletricidade, de acordo com o professor Otávio Chase.

Em relação à energia solar fotovoltaica, o país deve aumentar sua capacidade de geração energética em 25% até o próximo ano. Além disso, o sistema de armazenamento de energia solar também dá condições para a expansão da indústria, assim como “aumentar o PIB do Brasil em até 1,5x até 2030”, pontuou o especialista, fazendo referência a um estudo da UFRA em parceria com outras instituições.

Nesse panorama, a IA demandará um investimento em infraestrutura maior, principalmente em sistemas de energia renovável. Segundo Chase, um simples comando na IA generativa pode demandar até 10 vezes mais watts que uma pesquisa no Google.

Os quatro novos data centers brasileiros serão construídos em Eldorado do Sul (RS), Maringá (PR), Rio de Janeiro (RJ) e Uberlândia (MG).

Soluções de IoT na bioeconomomia

Dispositivos de conectividade já aparecem como soluções na cadeia produtiva da Amazônia. A professora Tereza Carvalho destacou que a cadeia do cacau-cupuaçu tem usado a tecnologia de IoT (Internet das coisas) e IA para o rastreamento da colheita à produção de chocolate, incluindo informações sobre receita e responsáveis pelos processos.

“Nós usamos tecnologias para controlar as máquinas, então, na prática, você coloca a receita e elas ficam programadas. Você pode testar as receitas e é tudo controlado com internet das coisas”, indica. Segundo ela, todas essas informações ficam disponíveis em QR code na embalagem do produto. 

Continua após a publicidade

Essas tendências de inovação, segundo a professora Vanessa Schramm, mostram o poder transformador da tecnologia em diversas áreas e como cada uma delas deverá pensar uma forma mais sustentável de evoluir. 

“A gente tem que olhar o aspecto econômico, ambiental e social e não deixar de lado os riscos porque da mesma forma que contribui positivamente, a inteligência artificial pode contribuir negativamente para 35% das metas de desenvolvimento sustentável da ONU”, destacou.

Acompanhe a cobertura do Futurecom 2025 e outras matérias do Canaltech: