Ciberataques reduzem valor de ações das empresas em até 1,5%
Por Claudio Yuge |

Com ameaças virtuais cada vez mais sofisticadas, o impacto dos ciberataques ultrapassa o campo da defesa digital e chega ao mercado financeiro. Um estudo global da consultoria da multinacional de serviços britânica EY revelou que incidentes de segurança podem reduzir em até 1,5% o valor das ações de empresas listadas em bolsa.
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A pesquisa ainda aponta que 84% das companhias sofreram algum tipo de ataque cibernético, com destaque para casos de spyware, e-mails fraudulentos e exploração de falhas em vulnerabilidades até então desconhecidas.
Segundo o relatório do Check Point Research, o país registrou em média 2.831 ataques semanais por organização criminosa no segundo trimestre de 2025, colocando o Brasil entre os mais atingidos da América Latina. Casos recentes, como o ataque ao Ministério da Saúde e o vazamento de dados de mais de 223 milhões de brasileiros, ilustram a gravidade da situação.
Para João Fraga, CEO da techfin Paag, a segurança deve ser tratada como esforço coletivo. “Quando um elo falha, todos sentem o impacto. Investir em segurança, hoje, não é apenas proteger o seu próprio perímetro, mas também garantir a solidez dos parceiros que fazem parte da sua jornada operacional”, conclui.
Mais do que prejuízos financeiros, os ataques corroem a credibilidade das marcas. “Os danos não se restringem ao impacto imediato, mas atingem também a imagem e a confiança diante do mercado”, alerta o relatório.
Cenário destaca busca pela certificação ISO 27001
Nesse cenário, a certificação ISO 27001 desponta como um dos principais padrões internacionais para empresas que buscam estruturar políticas robustas de proteção de dados. Concedida a organizações que implementam sistemas rígidos de gestão da segurança da informação, a referência estabelece práticas para identificação, prevenção e mitigação de riscos, reduzindo chances de paralisações operacionais, vazamentos e prejuízos de reputação.
Apesar da relevância, a adesão no Brasil ainda é baixa. Apenas 0,08% das empresas de tecnologia do país possuem a certificação — cerca de 275 organizações entre mais de 252 mil ativas, segundo a Associação Brasileira das Empresas de Software (ABES).
Para Tironi Ortiz, CEO da Imply Tecnologia, a certificação não deve ser vista apenas como um selo. “Investir em políticas e práticas robustas de segurança é fundamental para reduzir riscos, proteger dados em todos os níveis e garantir maior proteção para nossos clientes, ao mesmo tempo em que aumenta o desempenho operacional com processos mais seguros e eficientes”, afirma.
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