Brasil lidera em número de edtechs na América Latina e capta mais de R$ 3 tri
Por Marcelo Fischer Salvatico |

O Brasil reforçou sua posição como epicentro das edtechs na América Latina na última década, somando quase 70% das startups educacionais na região. Além disso, o país captou mais de US$ 620 milhões (quase R$ 3,375 bilhões) em investimentos entre 2015 e 2025, o que representa quase 80% dos US$ 775 milhões colocados na América Latina.
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O relatório EdTech Report 2025, da plataforma Distrito, aponta que o Brasil possui 905 edtechs, número mais do que quatro vezes maior que o segundo colocado, o México, com 217.
Em investimentos, o Brasil é ainda mais dominante, com US$ 629,5 milhões captados em 318 rodadas de investimentos. Em segundo vem o Peru, com US$ 94,9 captados em 11 rodadas, e o México, apesar do número de startups, vem apenas na quinta colocação, com US$ 25,2 captados em 42 rodadas.
Como está a divisão das edtechs
Das 1.326 startups de educação da América Latina, grande parte é voltada para o consumidor final (B2C). As edtechs B2C representam 39% do total. Elas são, por exemplo, aplicativos como o Duolingo, que oferece cursos de idiomas online de forma gamificada.
Já o público B2B, quando o produto é voltado para empresas, representa 33% das startups de educação. Um exemplo é a SME The New Economy, edtech brasileira que possui um modelo educacional voltado para formação de empresários e líderes estratégicos e deve faturar R$ 100 milhões em 2025.
Quando pensamos na categoria de produto, quase metade dos negócios, 48%, são plataformas de ensino, como Coursera e Udemy, seguidos das ferramentas de estudo, como o Notion e o Evernote, com 30%.
Fechando a lista de principais categorias, estão as plataformas de gestão educacional com foco no ensino, com 18%, e as viabilizações de ensino, por exemplo o financiamento ou inclusão digital, com 4%.
E o modelo de negócio?
Apesar das startups B2C serem maioria, o modelo de negócio predominante é o SaaS (software como serviço), que geralmente é um produto B2B. 35% das edtechs na América Latina vendem softwares acessados pela internet, como por exemplo o Kahoot.
O modelo “pay-per-use” (pague por uso, em português) aparece logo depois com 18%. Um exemplo deste produto são plataformas de cursos onde é possível comprar apenas um conteúdo específico, sem criar vínculo recorrente com a empresa.
E em terceiro estão aquelas plataformas que geram receita a partir de inscrições, por exemplo, aquelas em que é necessário pagar um valor mensal fixo para ter acesso à uma plataforma de cursos. Elas representam 14% dos modelos de negócios de startups na América Latina.
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