Automação e conteúdo autêntico: 8 tendências para marcas no Instagram em 2026
Por Marcelo Fischer Salvatico |

O futuro do Instagram nos próximos anos será marcado por uma dualidade estratégica: o avanço da inteligência artificial (IA) nos bastidores e, na contramão, uma exigência maior por conteúdo humano e autêntico no feed.
É o que aponta uma análise de mercado feita pela mLabs, plataforma de gestão de mídias sociais. O estudo projeta que 2026 será um ponto de virada para a rede social da Meta, alterando a forma como criadores de conteúdo, marcas e consumidores interagem.
As mudanças estruturais previstas impactam desde a operação de tráfego pago até a forma como o algoritmo classifica vídeos e imagens.
8 tendências para marcas no Instagram em 2026
Confira abaixo as oito principais tendências levantadas pelo estudo.
- Automação total do tráfego pago
- A era do "First-party data"
- "Unshittification" e autenticidade
- Penalização de reposts e foco no vídeo
- Carrossel para contar histórias
- SEO Social
- Social Commerce sem lives
- Marketing de influência focado em performance
1 - Automação total do tráfego pago
A gestão de anúncios deve passar por uma ruptura completa. A previsão é que a Meta automatize 100% da criação e distribuição de campanhas publicitárias até o final de 2026.
O objetivo da empresa seria democratizar o acesso à publicidade para pequenos negócios. Para os profissionais da área, a rotina muda: sai o trabalho manual de configuração e entra a supervisão estratégica.
"O valor do profissional estará em fornecer briefings claros, garantir coerência de marca e ajustar a criatividade gerada pela IA", explica Rafael Kiso, fundador da mLabs.
2 - A era do "First-party data"
Com o fim dos cookies de terceiros e o aumento das restrições de privacidade, a coleta de dados próprios (first-party data) será essencial.
A performance das campanhas automatizadas da Meta dependerá diretamente da qualidade dos dados que as marcas conseguem coletar de sua própria audiência, e em conformidade com a LGPD.
Isso permitirá uma hiperpersonalização dos anúncios, tanto para remarketing quanto para prospecção de novos clientes.
3 - "Unshittification" e autenticidade
O termo "unshittification" (expressão que inglês significa “despiorar”) surge como uma resposta à saturação de conteúdos genéricos criados por IA. O estudo indica que o algoritmo voltará a priorizar histórias reais e imperfeitas.
Formatos mais simples, que demonstram humanidade, tendem a ganhar relevância orgânica como um diferencial competitivo frente à automação massiva.
4 - Penalização de reposts e foco no vídeo
Os Reels ainda serão prioridade do algoritmo, mas com uma mudança crucial: o Instagram vai penalizar conteúdos republicados. Ou seja, marcas que baseiam sua estratégia em reposts ou meses de terceiros terão queda de alcance.
Além disso, o desafio será dominar o "micro-storytelling": capturar a atenção nos primeiros segundos e manter a retenção com uma narrativa mais aprofundada.
5 - Carrossel para contar histórias
A expansão dos carrosséis para até 20 fotos ou vídeos não é por acaso. A estratégia é uma resposta direta ao TikTok, buscando aumentar o tempo de tela do usuário.
Este formato deve se consolidar como uma ferramenta de aprofundamento. "Um Reels viral pode servir como a 'isca', direcionando o público para um carrossel no feed que aprofunda o tema e, por fim, a uma venda", analisa Kiso.
6 - SEO Social
O Instagram se consolida cada vez mais como um motor de busca, tornando o SEO (Otimização para Mecanismos de Busca) indispensável dentro da plataforma.
Para 2026, a recomendação é otimizar nome, biografia, legendas e hashtags com palavras-chave relevantes. Segundo o estudo, quem dominar essas técnicas de busca terá mais chances de se tornar autoridade em seu nicho do que quem apenas tenta viralizar.
7 - Social Commerce sem lives
Apesar da aposta anterior em "Live Shopping", a tendência para 2026 é que o comércio social evolua para formatos mais escaláveis e automatizados.
A Meta deve concentrar esforços em anúncios "shoppable" (compráveis, em inglês) e no checkout direto na plataforma, integrados à automação de IA. O foco migra da transmissão ao vivo para conteúdos que levem à compra direta, combinados com tráfego pago focado em conversão.
8 - Marketing de influência focado em performance
O mercado de influenciadores deve amadurecer para um modelo orientado a resultados concretos, e não apenas visibilidade. O estudo aponta uma migração dos investimentos em celebridades para micro e nano-creators.
A explicação está na confiança: consumidores em 2026 tenderão a confiar mais em recomendações de pessoas que sentem ser "próximas" do que em grandes estrelas. O uso de links rastreáveis e afiliados será o motor dessa estratégia para medir o retorno sobre o investimento.
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