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As piores vagas de tecnologia no Brasil em 2025

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Imagem criada por IA
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O mercado brasileiro de tecnologia atravessa 2025 exibindo números robustos: aumento de investimentos corporativos em digitalização, aceleração de projetos de inteligência artificial (IA) e demanda firme por profissionais qualificados. Ainda assim, nem todo crachá tech abre a porta para uma carreira confortável. 

Um consenso silencioso se forma entre recrutadores, sindicatos, relatórios de clima e pesquisas de bem-estar no trabalho: algumas funções ligadas à tecnologia entraram de vez na lista das piores ocupações do país.

O levantamento reúne notícias em sites e relatos em fóruns sobre as condições de trabalho, assim como os fatos, projeções e tendências que fizeram parte do mercado brasileiro neste ano. São informações de sites especializados em novidades corporativas, ofertas de vagas, artigos sobre tendências e relatórios de grupos de Recursos Humanos; além de registros sobre o comportamento dos profissionais empregados, contratantes e candidatos.

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Isso tudo veio de dezenas de fontes, como Forbes Brasil, LinkedIn, Brasscom, Glassdoor, Fundação Getúlio Vargas e até fóruns como o Reddit. Entre os padrões encontrados estão jornadas imprevisíveis, pressão constante, metas surreais, salários aquém do imaginado e apostas arriscadas em um setor que vive cenários incertos e inconsistência de bases estáveis.

Suporte técnico e Help Desk

O suporte técnico — especialmente em níveis júnior — segue como uma das posições mais árduas. Enquanto o discurso corporativo exalta “experiência do usuário”, quem atende o usuário recebe o impacto direto: filas intermináveis, problemas urgentes, metas rígidas e gestão por SLA.

A imagem glamourizada da TI dá lugar ao cotidiano de guerras de ticket e plantões com pouco reconhecimento. Não é raro encontrar profissionais migrando para outras áreas após poucos meses — quando não deixam o setor de tecnologia de vez.

Moderadores e anotadores para IA

O Brasil se tornou polo de mão de obra para rotulagem de dados e moderação de conteúdo, combustível essencial para treinar sistemas de IA generativa. Porém, a realidade desse trabalho contrasta com o brilho das big techs: jornadas fragmentadas, remuneração por volume, pouca proteção e exposição constante a material sensível.

As plataformas digitais aceleraram a demanda, mas o modelo lembra uma linha de produção emocional — repetitiva, exaustiva e invisível.

Customer Success e Suporte de Service-as- a-Service (SaaS) 

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No papel, CS é sobre relacionamento e retenção. Na prática, para muitas empresas, virou atendimento técnico, suporte emocional e cobrança comercial embalados na mesma função. Colete à prova de frustração incluído; adicional de insalubridade emocional, não.

Para completar, fusos horários internacionais e promessas agressivas de metas transformam jornadas em maratonas.

Dev júnior em startup acelerada

A narrativa da startup disruptiva ainda seduz, mas para muitos desenvolvedores juniores a rotina inclui deploy a cada meia batida de coração, reuniões intermináveis e plantões não remunerados. A cultura do “move rápido e quebre coisas” continua firme — com o detalhe de que, quando algo quebra, quem perde o fim de semana é o júnior de plantão.

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É o clássico sonho de “fazer parte do futuro” contra a realidade de virar bombeiro digital crônico.

Testador manual de software anual (ou QA manual)

Em empresas que ainda não automatizaram seus processos de teste, o teste de software manual ocupa um limbo: trabalho crítico, porém subestimado. A função sofre com tarefas repetitivas, pressão para entregar volume e caminhos de carreira mal definidos.

Em um mundo que promete automação crescente, estar do lado mais manual da indústria pode ser como tentar remar contra uma esteira rolante.

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Por que isso acontece?

Independentemente da função, empresas com metas inalcançáveis, gestão rígida por KPI, comunicação agressiva e pouca transparência transformam qualquer cargo tech em pesadelo recorrente. As avaliações em plataformas de carreira seguem escancarando o fenômeno: não é só sobre tecnologia, é sobre estrutura humana.

E além da cultura de ambiente tóxico observada nas empresas de tecnologia, há três forças principais que vêm atuando no mercado nacional:

O contraste é explicado por três forças principais:

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  • Polarização do mercado: falta profissional sênior, sobra júnior — pressão salarial natural;
  • Automação parcial: aumenta demanda por mão de obra barata para rotular, testar e atender;
  • Cultura de urgência permanente: tecnologia virou base de operações; se cai, para tudo — e alguém vira responsável automático.

No fundo, as piores vagas de tecnologia em 2025 são sintoma de uma indústria que escala mais rápido do que cuida de quem a move. Back-end, dados, segurança, governança digital, engenharia de plataforma e especializações em IA continuam oferecendo melhores trilhas de remuneração e qualidade de vida — desde que a cultura empresarial acompanhe.

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